sexta-feira, novembro 22, 2024
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Casa Bomtempo: transição da rua para uma nova vida

Estender a mão e dar uma nova oportunidade de vida para quem precisa é tarefa cada vez maior de uma significativa gama de pessoas, que veem no trabalho voluntário ou acolhedor, uma forma de levar o bem ao próximo. Se em Mogi Mirim existem instituições que oferecem serviço de assistência para crianças e adolescentes, adultos ganham cada vez mais espaço. Um destes órgãos é responsável por prestar um serviço de acolhimento em república para 11 homens. Esta é a tarefa da Casa Bomtempo, hoje um braço da Associação Resgate a Vida de Mogi Mirim, mantenedora da Bomtempo.

A Resgate a Vida presta um serviço de comunidade terapêutica em sede localizada no Jardim Panorama desde 1996, trabalho que foi crescendo com o passar dos anos e que conta com um convênio junto à Prefeitura. O trabalho da Casa Bomtempo cresceu em importância e, desde 2011, é realizado em um amplo imóvel à Rua do Mirante, voltado ao acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social, estado de abandono e risco pessoal e social, todas do sexo masculino, cujo objetivo é oferecer uma maneira de inserí-los de volta à sociedade. O foco também é desenvolver a autonomia dessas pessoas.

CASA BOM TEMPO (2)
“A satisfação é quando você vê um deles reinserido de novo e nós temos conseguido este êxito”, diz a fundadora, Mônica Antognolli. (Foto: Fernando Surur)

Todo o trabalho é feito por uma equipe formada por psicóloga, assistente social, coordenadora e conselheira. Os moradores, na maioria dos casos, encaminhados por órgãos da Prefeitura, como a Promoção Social e o Centro de Referência em Assistência Social (Cras), vivem na casa, onde recebem cinco alimentações diárias e participam de tarefas domésticas, aprendendo a cozinhar, limpar e tudo que ajude na manutenção do local.

“É uma casa transitória, não é uma moradia fixa, ele vem para sair de uma situação de rua, onde é acolhido. A partir daí vemos quais as deficiências dele”, explicou a fundadora da casa Bomtempo Mônica Antognolli.

Desejo

A reintegração à sociedade depende da força de vontade. “O requisito básico para ficar é querer mudar de vida, ele que vai fazer a diferença, nós somos apenas uma ferramenta de apoio. Eles participam da dinâmica da casa, tudo para desenvolver o processo de autonomia”, destacou Mônica.

Trabalhar e estudar faz parte da rotina de alguns moradores. Na terça-feira houve a inauguração de novas adequações no imóvel, que contaram com o repasse de uma verba de pouco mais de R$ 13 mil feita pelo Colégio Imaculada Conceição.

Para a fundadora da casa, momento gratificante é quando um dos moradores retorna ao convívio social. “A satisfação é quando você vê um deles reinserido de novo e nós temos conseguido este êxito. Mas é extremamente frustrante quando você tenta todas as ferramentas e a pessoa está fechada a mudanças e você sabe que ela vai voltar para aquela vida”, frisou.

“É gente que gosta da gente”, relata morador

Vivendo na Casa Bomtempo há cinco meses e sempre residindo em Mogi Mirim, o morador T.V.A. superou as dificuldades encontradas na rua. Hoje, trabalhando como vigilante em uma empresa de Jundiaí, afirma que dentro outros benefícios, a casa o ajudou a se tornar organizado. “Hoje tenho uma vida com normas e regras”, disse, salientando que passou a ter mais responsabilidade.

O tratamento dos funcionários e o convívio com os moradores são exaltados. “Eles (funcionários) têm que ter muita paciência com a gente, tem que gostar. Aqui é gente que gosta da gente”, frisou. “Aqui é um pelo outro, somos todos iguais, nada melhor do que um ajudar o outro”, completou.

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