De forma unânime, a Câmara Municipal aprovou, na noite da última segunda-feira, um projeto de lei de autoria da Prefeitura que tomba como patrimônio histórico o imóvel localizado na Rua João Teodoro, 599, no Centro da cidade, popularmente conhecido como Casarão Rosa, naquele que se torna o primeiro prédio da iniciativa privada tombado até hoje em Mogi Mirim. Agora, o imóvel, segundo o Centro de Documentação Histórico Joaquim Firmino Araújo Cunha (Cedoch), construído entre 1910 e 1930, abrigará a nova sede do Sindicato do Comércio de Mogi Mirim (Sincomércio), nova nomenclatura do antigo Sindicato do Comércio Varejista (Sicovamm), responsável pela área.
Ainda não existe prazo para que o sindicato, hoje com sede na Rua José Bonifácio, 561, mude para o novo endereço. Será necessária uma extensa obra de reforma. A fachada e o muro deverão ser preservados.
Devido ao tempo de vida útil e a inutilização nos últimos anos, o prédio terá que passar por uma restauração em sua parte tombada e uma reforma que mantenha suas características originais. A obra é considerada de difícil execução do ponto de vista das fundações, manutenção do muro, que precisa ser conservado de acordo com a lei de tombamento e ainda de um trabalho minucioso no solo, que sofreu movimentação ao longo de décadas.

Não existe um prazo para o início dos trabalhos. Complexo, o processo requer, após a contratação da empresa e a definição do orçamento, aprovação do projeto tanto pela Prefeitura como pelo Ministério Público. O investimento total será custeado pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), entidade que controla todos os sindicatos de comércio do Estado e, caso seja preciso, colaboração da iniciativa privada.
Estima-se que o investimento possa ultrapassar a casa do R$ 1 milhão. Hoje, um vigia designado pelo Sincomércio, visando proteger e garantir o cuidado com o Casarão Rosa, reside provisoriamente no local.
Histórico
Um levantamento realizado pelo Cedoch indica que o prédio foi construído em 1927, com alteração em 1948 e 1953. Dentro da pesquisa, a certidão sob nº 11.866, de 14 de novembro de 1927, apontou que o local era uma chácara situada à Rua Dr. João Teodoro, 63, casa formada por tijolos, taipa, coberta por telhas, forrada e assoalhada em parte do imóvel.

No aspecto arquitetônico, o pesquisador arquiteto Hamilton Turola, em visita externa ao imóvel, destacou que a edificação provavelmente foi construída entre 1910 a 1930, cujo estilo arquitetônico tende ao ecleticismo, uso ou mistura de estilos do passado ocorrido no início do século XX no Brasil.
“Acredito que o aparente bom estado de preservação (vide que até as muretas frontais se mantiveram originais) seja uma boa premissa para que se tente o tombamento do imóvel, principalmente pelo fato de Mogi Mirim ter sido tão cruel com sua história arquitetônica”, relatou, em parecer ao Cedoch.