Já em epidemia, Mogi Mirim prepara medidas para reduzir o aumento de casos da dengue na cidade. Na semana passada, a Secretaria de Saúde confirmou 537 casos da doença. No balanço anterior, eram 311, um aumento de 72% nos casos de uma semana para outra. Uma das medidas, é multar aqueles que possuem criadouros do mosquito Aedes aegypti em suas residências.
A lei que trata sobre o assunto, de número 5115, foi criada em 2011, mas nunca teve efeito prático, porque as multas eram vinculadas ao salário mínimo, o que seria inconstitucional. Agora, a Secretaria de Negócios Jurídicos faz as alterações estipulando um valor pré-determinado, dependendo da gravidade de cada caso e a quantidade de criadouros encontrados.
Assim que as alterações passarem para a Câmara Municipal, que deverá aprovar o projeto, moradores poderão ser multados caso qualquer foco do mosquito seja encontrado. “Vamos alterar também os prazos para essa notificação e multa. Antes era cinco dias, depois na gestão passada mudou para 10 e agora estamos propondo voltar pra cinco ou então diminuir para três dias o prazo para eliminar os focos”, explicou o secretário de Saúde, Gerson Rossi Junior.
Outra lei que pode ser alterada é a de número 5223, também de 2011, que versa sobre o prazo para a limpeza de imóveis particulares, que hoje é de 20 dias para apenas 10 dias, contados a partir da notificação. Caso as mudanças sejam aprovadas, após esse prazo, multas diárias seriam aplicadas. Os projetos ainda estão em fase de elaboração e deverão chegar à Câmara ainda nesta semana.
Apesar do aumento de casos preocupar, o secretário de Saúde afirma que, o que o Poder Púbico pode fazer, está sendo feito. “Nunca escondemos que poderia chegar a essa situação. No ano passado já sabíamos que os casos iriam aumentar, por isso contratamos a empresa de nebulização. Estamos trabalhando com organização e planejamento”, disse.
Anteontem, uma reunião com as secretárias de Saúde dos municípios de Mogi Guaçu e Itapira foi feita, que contou ainda com a presença do diretor do Departamento Regional de Saúde (DRS) de São João da Boa Vista, Benedito Vestim. “Foi mais uma troca de experiências. Elas comentaram as ações que elas tomaram lá. A situação que estamos vivendo hoje, Itapira viveu no final do ano passado. Mogi Mirim e Mogi Guaçu estão vivendo essa mesma fase”, comentou Gerson.
Controlado
Gerson Rossi considera a situação da incidência da doença na cidade controlada e, pelo menos por enquanto, descarta a abertura de uma unidade de saúde apenas para tratar casos de dengue.
“Os casos estão dentro da média. Os atendimentos na Santa Casa e no Hospital 22 de Outubro subiram 30%. Antes eram 300 atendimentos por dia e hoje são 400 na Santa Casa. As UBS já fazem esse trabalho de soroterapia e está dando certo, está sendo suficiente”, considerou.
“A situação está controlada, hoje, mas isso não significa que mais pra frente não tenhamos que mudar as estratégias. Não é esse caos que estão pregando”, complementou o secretário. Um drone será utilizado amanhã, para a verificação de focos do mosquito.
BALANÇO DO ÚLTIMO MUTIRÃO
ZONA LESTE
(Linda Chaib, Jardim do Lago, Vila Dias,
Vila Universitária, Seac e CDHU)
66,7% de imóveis abertos vistoriados
9 caminhões com possíveis criadouros do mosquito recolhidos
Zona Norte
(Flamboyant, Novacoop e Jardim Scomparin)
65% de imóveis abertos vistoriados
4 caminhões com possíveis criadouros do mosquito recolhidos