Diante da interdição do Estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira em virtude do caso de racismo contra o volante Arouca no jogo contra o Santos, o Mogi Mirim irá enfrentar o rebaixado Paulista no Estádio Coronel Chico Vieira, em Itapira, no dia 18, próxima terça-feira, às 19h30. A partida é válida pela penúltima rodada do Paulistão, em que o Mogi luta contra o rebaixamento.
Como o Sapo não perdeu o mando, mas apenas teve o Romildão interditado, a escolha do estádio não teve que atender a uma distância mínima de Mogi. Itapira foi escolhida pela proximidade.
Ontem, o presidente do Mogi Mirim, Rivaldo Ferreira, e o vice-presidente Wilson Bonetti foram recebidos pelo prefeito itapirense, José Natalino Paganini, e pelo diretor de futebol da Esportiva Itapirense, Sandro Candreva. Rivaldo ficou satisfeito com o gramado.
O estádio tem capacidade para receber 15 mil torcedores e já tem sido usado pelo Guaçuano no Paulista da Série A-3, em virtude da interdição do Estádio Alexandre Augusto Camacho.
O prefeito itapirense destacou a importância de Itapira receber Rivaldo em um jogo oficial: “Com certeza será um acontecimento inesquecível para a cidade”.
Curiosamente, em entrevista coletiva em que havia criticado a torcida do Mogi pela falta de apoio e por levar 600 torcedores ao jogo, em referência ao público contra o Ituano, Rivaldo havia citado Itapira. “Para mim é como se fosse uma pelada, 600 pessoas. Se eu faço um joguinho em Itapira dá mais gente, Rivaldo vai fazer despedida aqui? Quantas pessoas vão?”, desabafou, na ocasião.
Na mesma linha, o zagueiro Wagner não vê problemas em jogar em Itapira, até por considerar que em Mogi muitos torcem contra.
Para colaborar com os mogimirianos e prestigiar Itapira, Rivaldo reduziu o valor dos ingressos para R$ 10, com meia-entrada de R$ 5. Nos outros jogos, o valor foi de R$ 15, com meia-entrada de R$ 7.
Caso
O Romildão foi interditado pelo Tribunal de Justiça Desportiva até que haja a apuração dos fatos. A diretoria do Mogi espera conhecer a denúncia da procuradoria para se pronunciar. O julgamento será no dia 17, véspera do jogo. O agendamento do jogo para Itapira, independente do resultado do julgamento, ocorreu em função de questões de logística e de atendimento ao Estatuto do Torcedor, diante da necessidade de se marcar o local com antecedência.
O Mogi corre o risco de ser punido com multa, perda de mando de campo e até perda de três pontos, o que poderia refletir em rebaixamento, mas segundo o procurador-geral Antonio Carlos Mecchia revelou ao UOL, a tendência é uma punição menor pelo clube estar colaborando com o caso. Há a possibilidade de o Mogi cumprir a perda de mando na Série C do Brasileiro.