Os casos por contágio do HIV em Mogi Mirim atingem onze casos positivos até o último mês de agosto, dois a mais do que todo o ano de 2012 no município, que registrou nove casos. Embora o quadro seja superior e deva aumentar até o final do ano, o cenário não é encarado como preocupante pela Vigilância Epidemiológica da cidade. Os números devem crescer em virtude da realização de campanhas de conscientização realizadas no final do ano, na semana mundial de combate à Aids, de 25 de novembro a 1 de dezembro. A expectativa é de que os casos positivos em Mogi cheguem a 20 até o final do ano.
“É um número esperado, considerando o momento que estamos tendo, desde 2011, com as campanhas para diagnóstico, estimulando as pessoas para fazer o teste. Hoje trabalhamos com a prevenção, mas tão importante é fazer o diagnostico precocemente”, ressaltou a enfermeira da VE, Daniele Tonietti Miguel.
Do total de casos, um óbito foi registrado na cidade no ano, de acordo com a Vigilância. Isso acontece quando o diagnóstico é realizado de forma tardia e quando a doença já está instalada. O público com maior incidência dos casos na cidade é do sexo masculino, com faixa etária dos 25 aos 49 anos. Dos 11 casos registrados até aqui, a imensa maioria é proveniente de transmissão via sexual, com baixo índice de casos originados por outras causas, como o consumo de drogas injetáveis, hoje raros. Em 2010 foram dez casos na cidade, seguido de 22 em 2011.
Consciência
A falta de conscientização no uso do preservativo é outro agravante, situação vista principalmente entre jovens e adolescentes, muitas vezes impulsionados pelo uso excessivo do álcool, fazendo com que no calor do momento a camisinha seja deixada de lado.
Em Mogi Mirim, os preservativos estão disponíveis para retirada em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centro de Especialidades Médicas (CEM), Santa Casa de Misericórdia e na própria Vigilância Epidemiológica, de forma gratuita.
O medo de um possível diagnóstico é apontado por Daniele como fator de risco para o tratamento do HIV. “Acabam vindo até a gente quando há uma inquietação muito grande ou quando começam a perceber sintomas, ou emagrecimento. É isso que tentamos evitar com essas campanhas, quando antes descoberto a doença, melhor consegue tratar”, observou
Cidade está preparada e já oferece teste rápido
Na opinião da enfermeira, da VE, Mogi Mirim está preparada para dar suporte aos casos positivos e enfrentar o contágio. Ao lado de Mogi Guaçu, Itapira e São João da Boa Vista, a cidade faz parte de um plano de ações e metas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde, com verbas dedicadas para o tratamento da doença.
A partir do diagnóstico, o soro positivo passa por um tratamento especial, feito de forma mensal e que conta com o auxilio de uma equipe multidisciplinar, formada por um psicólogo, nutricionista, assistente social, fisioterapeuta e enfermeira.
Além disso, a cidade já oferece o chamado Teste Rápido, onde o paciente com suspeita consegue descobrir em 15 minutos se possui ou não o vírus do HIV. Por meio de um furo no dedo e duas gotas de sangue, o resultado é obtido com facilidade. Hoje é oferecido na VE, mas a expectativa é de quem em até 30 dias esteja disponível em todas as unidades básicas do município.