No último capítulo de seu bate-papo, o ex-atacante de Atlético-MG e Guarani, Catatau, compara clássicos, aborda parcerias com Evair e Reinaldo e fala da experiência de enfrentar o Carrossel Caipira.
Boteco – O que você lembra de especial dos clássicos contra Cruzeiro e Ponte Preta?
Catatau – Cruzeiro x Atlético é muito diferente de Guarani x Ponte Preta.
Boteco – Qual tem a maior rivalidade?
Catatau – Em Minas é maior. Em Campinas, é rivalidade, mas muita briga, em Minas tem briga, mas não tanta. Aqui é muita, mais violência. Não é assim tão pegado como Atlético e Cruzeiro. Lá é mais torcida, sei lá, é diferente.
Boteco – Mineirão é muito especial para você?
Catatau – É um palco que todo artista quer estar lá.
Boteco – Qual seu clássico inesquecível?
Catatau – Atlético e Cruzeiro em 82. Eu fiz um gol e o Reinaldo fez o outro, nós ganhamos 2 a 1, ganhei como melhor jogador, aí fui pra seleção de novos.
Boteco – Muitas histórias pelo Atlético?
Catatau – Marquei história lá, joguei de 80 a 86, ganhei seis títulos mineiros seguidos, o Atlético até hoje nunca teve uma sequência dessas. O pessoal me liga quando eu vou lá. Sou mais paulista do que mineiro. Minha esposa é de Campinas, meu filho e minha filha também.
Boteco – Quem foi seu melhor parceiro de ataque?
Catatau – De inteligência, de jogar assim do meu lado, foi o Reinaldo. Tem o Evair também que foi muito bem.
Boteco – Alguma curiosidade com o Reinaldo?
Catatau – Uma vez jogando contra o Vila Nova, de Minas Gerais, no Mineirão. Jogo difícil. Aí os dois zagueiros foram em cima do Reinaldo. Eu tava bem atrás dele. Ele abriu as pernas, a bola bateu na minha canela e entrou, ganhamos de 1 a 0. E eu assustei, foi uma coisa muito engraçada. Ele até brincou, eu era juvenil na época, estava subindo. Ele falou: “juvenil, você tem que ser igual mulher grávida, fica sempre esperando”. (risos).
Boteco – E com o Evair, como era a parceria?
Catatau – É um cara na dele, muito fechado, não é de grupo, não participa de muitas coisas, é um cara difícil da gente entender. Mas no campo a gente se entendia muito bem. Ele fez 26 gols naquela época de 86, mas aquela época tinha ponta, ponta mesmo. Eu de um lado e João Paulo do outro. Só que nós éramos muito rápidos, íamos no fundo, cruzava e ele fazia. Tem que agradecer muito a mim e ao João Paulo.
Boteco – Você tinha algum ritual antes das decisões?
Catatau – A gente tem sempre, fica querendo sempre jogar com a mesma chuteira. Cada um tem uma mania. Se ela fez gol, você quer jogar com ela sempre. São superstições. São coisas que só o jogador sabe lá dentro, na hora.
Boteco – Chegou a enfrentar o Mogi Mirim?
Catatau – Muitas vezes, peguei o Carrossel, mas só que eu estava num time pequeno, bem inferior, eu já estava em final de carreira. Eu estava no Marília. Eles atropelaram. Foi um Carrossel mesmo, passou por cima de nós. (risos).
Boteco – Que impressão você tinha do Carrossel? Na época, você achava que o Rivaldo se tornaria o melhor? Ou imaginava que seria Válber ou Leto?
Catatau – Hoje eu conheço o Leto, é meu amigo de futevôlei, temos uma amizade até muito grande. O Rivaldo eu não tenho contato. O Válber também. O time era bonito de ver jogar. A gente de outra equipe falava: “pô, nós vamos jogar em Mogi, não vamos ganhar, não tem jeito, os caras são muito bons, véio”. O time era bom e tinha um treinador bom, o Osvaldo.
Boteco – Valeu, Catatau!