O município formalizou, no último dia 19, mais um passo em prol da educação especial. A cerimônia de inauguração do CEMAAE (Centro Educacional Municipal de Apoio e Atendimento Especializado “Rachel Ramazzini Mariotoni”), no bairro Saúde, oficializou as atividades iniciadas em julho do ano passado.
O ato solene contou com a presença do prefeito Luis Gustavo Stupp, do vice-prefeito e Secretário de Saúde, Gerson Luiz Rossi Junior e da Secretária de Educação, Márcia Róttoli, além de outras autoridades, alunos, pais e parceiros.
O espaço tem como patronos a professora Rachel Ramazzini Mariotoni e o Monsenhor Dr. Clodoaldo de Paiva. Apresentações de música, dança e literatura envolvendo portadores de necessidades especiais emocionaram o público. Participaram a Companhia de Dança Esperança e Vida, Dança sem limites, o deficiente visual Geraldo Gomes e a cadeirante Gislaine.
“Que este projeto sirva de exemplo para todas as iniciativas do governo, pois mostra que tudo é possível quando as pessoas têm vontade de fazer acontecer”, destacou o Prefeito Municipal. “O propósito que foi colocado aqui vai resultar no sorriso de muitas crianças e jovens por gerações”, completou.
A Secretária de Educação, Márcia Róttoli, aproveitou para anunciar que, a partir de 2015, o espaço oferecerá atendimento específico para autistas. Até então, os portadores da síndrome eram atendidos em Mogi Guaçu. A economia será de R$ 25 mil ao mês para os cofres públicos. “Estamos vivenciando o que foi pensado pelo governo em termos de educação para crianças com necessidades especiais”, disse a Secretária.
A proposta do CEMAAE é integrar os portadores de deficiência ao ensino regular, por meio da educação especial e de atividades complementares que têm a sustentabilidade como base.
O espaço conta com seis salas de aula, brinquedoteca, biblioteca, salas de artesanato, estimulação, informática, de atendimento psicológico e serviço social, secretaria, sala de professores, refeitório, cozinha e sete banheiros, sendo dois adaptados para deficientes. O investimento foi de R$ 1,8 milhão.
Mãe da aluna Ana Flávia, Renata Gasparin faz questão de acompanhar de perto a evolução da filha, que é atendida no CEMAAE há seis meses. “O quadro dela evoluiu muito, tanto na coordenação motora quanto na comunicação. Isso porque os profissionais que aqui atuam são especializados e atenciosos”, disse.
Diagnosticado com autismo leve, o pequeno Murilo, de sete anos, frequenta o CEMAAE há pouco mais de um mês e já apresenta melhoras, de acordo com a percepção da mãe, Luzia Gonçalves de Araújo de Souza. “Costumo dizer que a gente precisa retirar as cascas para que meu filho vá aparecendo. É isso que os profissionais do CEMAAE estão fazendo. Ele era uma criança que vivia no seu próprio mundo e já está começando a enxergar um amplo universo”, comemora Luzia.
Até sexta-feira, estão sendo realizadas palestras que complementam o ato de inauguração, no próprio CEMAAE, às 19h30. Participam o advogado Luiz Eduardo Coltro, o ambientalista Ulisses Giraldi, o médico Dr. Jamiro da Silva Wanderley e o doutor em Neurociência, Dr. José Meciano Filho.
Inclusão pela natureza
O CEMAAE atende cerca de 80 alunos com deficiência auditiva, visual, intelectual e física, e 12 jovens na Educação de Jovens e Adultos (EJA).
As atividades complementares são guiadas pelo projeto “Raízes de Luz”, que envolve os alunos no cultivo de uma horta orgânica, jardinagem, plantios de flores, hortaliças, ervas medicinais e temperos. Um pomar de frutas e um galinheiro foram estruturados. Ainda nesse semestre, os gêneros resultantes do projeto serão vendidos na Feira Noturna do Produtor, pelos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O valor arrecadado custeará passeios e atividades extracurriculares.
No local, há ainda um jardim sensorial, composto por areia, cascalho e bambus, que estimulam a multisensorialidade e a interação dos portadores de necessidades especiais com a natureza.
Os projetos envolvem principalmente as Secretarias de Educação e Saúde e contam com o suporte das demais pastas da Prefeitura Municipal.