Passada a epidemia, as ações de combate à dengue, doença responsável por uma explosão de casos em todo o país no primeiro semestre, seguem sendo traçadas por secretarias municipais de toda a Baixa Mogiana. Após o anúncio da criação de um plano regional, noticiado por O POPULAR em sua edição de quarta-feira, que além de Mogi Mirim, terá as cidades de Mogi Guaçu, Itapira e Estiva Gerbi como parte do grupo, as atenções vão além do que apenas continuar a luta contra o mosquito transmissor. O foco agora é traçar metas que evitem o aumento maciço dos casos no próximo verão, época de maior incidência dos casos devido à temperatura. Além disso, a perspectiva da possível chegada de novos tipos de vírus à região deixa um ponto de interrogação no ar e coloca em dúvida como será o cenário da doença daqui para frente.
Com mais de 9 mil casos, Mogi Mirim viu de perto o ‘boom’ da doença e se desdobrou para atender a grande demanda de atendimentos, seja em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e hospitais, em demasia, na Santa Casa de Misericórdia. A junção com os demais municípios chega para criar, além de ações contra a doença, métodos de trabalho semelhantes entre as secretarias, com a troca de ideias em relação à limpeza de ruas, eliminação de criadouros e o atendimento à população.
Na opinião dos representantes das secretarias municipais, o fato de a epidemia ter sido equacionada não quer dizer que a doença deixou de existir. A tese ganha ainda mais força se vislumbrado o futuro, quando a tendência é de que no verão, entre dezembro desde ano e março do ano que vem, os casos voltem a aparecer com mais intensidade. Por isso, a junção entre o Poder Público e a população ganha importância.
“Apesar de a epidemia ter acabado, não parou de ter dengue, a hora que começar a chover pode voltar à situação anterior. Não adianta só nós, o Poder Público, fazer a nossa parte, pois tem a outra parte, que é a comunidade”, ressaltou Clara Alice Franco, secretária de Saúde de Mogi Guaçu, durante apresentação do plano regional contra a dengue, em evento realização na Estação Educação.
Vulnerável
Na opinião do diretor da Diretoria Regional de Saúde (DRS), de São João da Boa Vista, Benedito Westin, a possibilidade de chegada de novos tipos da dengue, bem como doenças semelhantes, como a zika vírus e a chikungunya, traz preocupação, e que não apenas Mogi Mirim, mas toda a região encontraria dificuldades.
“Se entrar outro vírus (em circulação no ar) a população está vulnerável. Como não paramos a transmissão, isso quer dizer o seguinte: tem vírus e mosquito circulando no inverno, mas que no verão isso estará botando de outra forma”, salientou.
O panorama de casos nos próximos meses é de difícil previsão. “É uma incógnita”, simplificou.