A Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Mogi Mirim registra, por mês, quase 80 casos de violência contra a mulher. A lesão corporal, seguida de ameaça, é a agressão que lidera o ranking das queixas. A injúria aparece em segundo lugar. Segundo a Guarda Civil Municipal (GCM) e escrivã substituta da DDM, Sônia Maria Pereira Dias, as principais causas das agressões estão ligadas à traição ou separação do casal.
De acordo com o perfil traçado pela escrivã, as vítimas são mulheres na faixa etária dos 30, que trabalham foram de casa, e geralmente casadas por mais de 40 anos. Os casos de violência mais frequentes ocorrem nos bairros da periferia da cidade, entre os quais se destacam Vila Dias e Linda Chaib, na zona Leste, e Residencial Floresta e Jardim Planalto, na zona Sul.
A DDM também informou que são crescentes os números de agressões contra mulheres mais idosas, já aposentadas. Dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo apontam que 2898 ocorrências de lesão corporal foram registradas no interior em janeiro deste ano, sendo 722 na capital. Foram 3413 queixas de ameaça, 738 de injúria, difamação e calúnia e 25 casos de estupro consumado.
Para Sônia, o ideal é que o município tivesse uma casa da mulher para abrigar as vítimas. Isso porque muitas delas, mesmo quando orientadas a ir para a casa de familiares ou amigos, acabam voltando para o meio onde novamente sofrem a agressão. Mas até mesmo o Conselho da Condição Feminina, criado em 1992 pela Lei Municipal n° 2.359, com a atribuição de tratar de assuntos referentes à proteção da mulher, já está há dez anos sem atuar na sociedade mogimiriana.
Celebrado ontem, o Dia Internacional da Mulher deve ser visto como um momento de reflexão acerca das violências morais, físicas e sexuais ainda sofridas pelo sexo feminino. As vítimas devem procurar a DDM, que fica à Avenida Dr. Jorge Tibiriçá, 342, no Centro. Orientações também podem ser obtidas pelo telefone (19) 3806-2445.