Mais uma vez, a população de Mogi Mirim verá as portas de um empreendimento fechar. As sessões de cinema, uma opção de entretenimento para a cidade, já estão com os dias contados. Em sua página no Facebook, o Center Cine anunciou com pesar, em uma breve mensagem publicada no começo do mês, que encerra as atividades no dia 30 de julho.
O motivo, segundo informou o empresário Antônio Carlos Bernardi, o Lilo, é a falta de público. Consequentemente, o cinema não tem renda suficiente para se manter aberto. “As distribuidoras de filmes é que estão reclamando da frequência”, explicou Bernardi, em referência à sala vazia. Embora o cinema tenha um movimento considerável no período das férias, o empresário relatou que, após a primeira semana dos lançamentos, nos demais meses, o público despenca, chegando entre quatro a cinco pessoas, por sessão, para uma sala com 145 lugares.
Mesmo com filmes de lançamento em cartaz e com o auxílio da Associação Mogimiriana de Beneficiência, da qual Bernardi é presidente, o cinema em Mogi não emplacou. O empresário acredita que a população ainda prefere buscar divertimento em Mogi Guaçu. “É horrível deixar um patrimônio desse fechado. Faltou apoio do público. E tem aqueles que são vaidosos, que gostam de ir ao shopping”, declarou.
Para o empresário, uma das principais razões da baixa venda de ingressos é efeito da situação econômica. “É notório. Não está nada satisfatório”, acrescentou, sobre as condições do mercado e dos próprios munícipes. Bernardi, no entanto, alertou para um aumento dos preços na cidade vizinha. “A hora que fechar aqui, vai subir tudo lá (no shopping)”, avaliou, por conta da pouca oferta.
Investimentos
De acordo com o empresário, foram gastos R$ 90 mil para que o cinema, localizado à Rua Senador José Bonifácio, na região central, retomasse as atividades, o que ocorreu no final de 2015. Em 2013, o Cine São José, que ficava em frente à Praça Rui Barbosa, fechou as portas por conta de irregularidades. Foram dois anos consecutivos sem as telonas em Mogi Mirim.
Em menos de dois anos, o mesmo triste cenário se repete, especialmente para os seis funcionários do estabelecimentos que já cumprem aviso prévio e, como muitos brasileiros, estão na batalha à procura de um novo emprego. Otimista, Bernardi torce por dias melhores. Se todo o panorama progredir, há possibilidade do cinema voltar, uma vez que o empresário não pretende desfazer-se da estrutura do espaço.
