Ontem, dia 27 de março, foi comemorado o Dia do Circo e do Artista Circense. Em Mogi Mirim, a Instituição de Incentivo à Criança e ao Adolescente (ICA) vivenciou a data cheia de entusiasmo, envolvendo mais de 500 crianças e também a comunidade. Além de trabalhar atividades relacionadas ao circo durante toda a semana com as crianças e adolescentes, na noite de quarta-feira o ICA também abriu suas portas para a população visitar uma exposição sobre o tema e acompanhar duas apresentações de artes circenses, uma feita pelos os alunos e a segunda realizada pela Cia. Nômade de Circo, de Campinas.
As artes circenses integram o projeto realizado pelo ICA na formação dos jovens, uma vez que a instituição trabalha com arte-educação. Ou seja, simploriamente, é entender que o ICA visa educar o ser humano para “ser gente boa” (como usam na instituição) por meio das artes. Assim, as crianças que passam a fazer parte da Instituição participam de uma série de atividades, como a dança, as artes plásticas, o teatro, a música e, é claro, o circo.
“Minha mãe (dona Sofia, que criou o ICA) sempre gostou de circo, quando ele vinha para a cidade era uma alegria, sempre tivemos simpatia e quando o Gustavo (Luis Gustavo Müller) passou a trabalhar aqui ele ia para São Paulo fazer curso de circo e começamos a oferecer no ICA”, contou a vice-presidente, Maristela Mason.
O foco em trabalhar com artes, de acordo com a coordenadora da área educacional e cultural, Ana Claudia Barros, não é formar artistas, mas transmitir as técnicas e o mais importante: valores para os jovens, como a colaboração, o respeito ao próximo, o trabalho em grupo, etc.
Todos os alunos participam das atividades oferecidas pelo ICA. No caso do circo, as aulas são oferecidas uma vez por semana e os alunos tem contato com atividades como malabares, trapézio, bola de equilíbrio, lira, etc. Algumas das artes mencionadas foram apresentadas pelos alunos ao público na noite de quarta-feira.
Valber Barreto Campos atualmente é um dos educadores na área de circo, no entanto, nem sempre foi assim. O contato de Valber com as artes circenses, assim como o que acontece com outros jovens, só foi propiciado dentro da Instituição, na qual agora atua como educador. “Quando entrei no ICA o que mais me cativou foi o circo. Gosto da alegria, da oportunidade que o circo dá de todos participarem, de serem iguais. Hoje, tento transmitir essa alegria para as crianças e deixo eles experimentarem as modalidades”, destacou Valber, de 18 anos.
A proposta de Valber e do ICA está dando certo, conforme conta a educanda Flávia Cristina Nunes Fernandes, de 12 anos. “Sempre que me apresento me sinto muito feliz. Quando vejo as pessoas me assistindo gosto de ver o sorriso e o a alegria no olhar das pessoas. Eu fiquei de boca aberta quando entrei no ICA, eu não esperava que teria tanto contato com as artes e com outros grupos de fora”, disse.
“É um orgulho, sinto muita emoção e satisfação. A Flávia mudou bastante, está bem mais madura e faz as coisas com bastante gosto”, frisou a mãe, Fernanda Pedroso Nunes Fernandes, que também tem outra filha na Instituição, a Nicoly.
Essa foi apenas uma das apresentações previstas para este ano no projeto Quintal Cultural, que literalmente abre as portas do ICA para a comunidade ter acesso à cultura. Neste ano, de acordo com Ana Claudia, o projeto irá seguir outro formato: as atividades serão realizadas concomitantemente com as datas comemorativas. Por exemplo, em abril se comemora o dia da dança, portanto, uma semana temática poderá ser realizada.
Sufoco vai ser para o Gean Oliveira, que hoje atua na organização dos eventos, como o Quintal Cultural realizado nesta semana. Ele contou que começou no ICA como educando junto com o Valber, se tornando também educador. Agora, Gean, ainda educador cultural, trabalha bastante para proporcionar eventos perfeitos. E ficou maravilhoso, Gean!
Cia. Nômade de Circo
Com o tema fauna e flora, as professoras de educação física com especialização em circo, Nayara Francisco Mandagi e Marília Mendonça, se apresentaram durante o Quintal Cultural. Os números foram realizados no tecido, na lira e também no trapézio chamando a atenção dos presentes para a perfeição dos movimentos.
Nayara também é professora de artes circenses no ICA para a alegria dos alunos que chamavam: professora, professora!, quando ela adentrou o espaço para começar o mágico espetáculo ao lado de Marília.