sábado, novembro 23, 2024
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Claudinei Quirino relembra: atletismo de olho nas meninas

Medalhista de prata nas Olimpíadas de Sidney, em 2000, o ex-atleta Claudinei Quirino recorda como o desejo de seduzir mulheres o fez se tornar um campeão de atletismo.

Boteco – Você teve que fazer muitos sacrifícios em relação aos prazeres na época de atleta?

Claudinei – Aposentado hoje, olha a barriguinha. Rapaz, depois que eu parei de correr… Esse sacrifício para tomar uma é demais… (risos) Um torresminho, um belisca. Antes não podia, quando você está treinando, se você ingere qualquer tipo de álcool ou dorme um pouco mais tarde… Porque boteco você vai, fica conversando, isso atrapalha no outro dia seu rendimento. Mas nada impede de no sábado, uma sexta-feira, você dar um pulinho, na folga.

Boteco – Como foi a vida na época de orfanato, alguma história que te marcou quando morava lá?

Claudinei – No orfanato, não, mas tem uma história um pouco engraçada quando eu sai de lá. Eu fui pro mundo e de repente virei atleta. Teve um dia que eu estava em São Paulo, na Rodoviária do Tietê, antigamente era Barra Funda. Eu estava saindo, algumas pessoas já me conheciam, o Claudinei Quirino. Eu peguei a mala, desci do ônibus, ia pegar o metrô para ir para a Avenida Paulista. Aí tinha um policial grandão, negrão, chegou para mim e falou: “Claudinei”. “Abre essa mão aí”. Eu falei: “ahn?”. “Abre a mão”. Aí eu soltei a mochila e abri os braços. “O que foi, está acontecendo alguma coisa?”. Um monte de gente passando, olhando, eu morrendo de vergonha. O policial veio e me abraçou. “Você não lembra de mim, não, cara?”. Eu falei: “não”. E ele: “eu sou o Durval lá do orfanato, morava com você”. Eu olhei assim: “tá bom”. Lembrei na marra, né? Naquele momento eu estava com mais medo do que outra coisa, não sabia o que estava acontecendo. O cara manda você abrir a mão, negrão grande, policial e vem te abraçar, você lembra de mim? Eu falei: “lembrei, lembrei”. Lembrei nada, naquele nervosismo todo…

Boteco – Você foi descoberto por acaso no atletismo?

Claudinei – Eu trabalhava em um posto de estrada e fazia lanche. Eu era bem franzino, magrinho. Um dia eu estava olhando o pessoal e passou um cara correndo, um negrão forte, aquela roupa de atleta, camisa cavada, shortinho aberto. Eu vi que todas as meninas do lado do balcão ficaram: “nossa, isso que é homem, gostoso, aquela coisa”. Aí deu um click na minha cabeça, olhei pro negrão: “vou fazer isso aí também”. Aí quando ele voltou, eu parei para conversar. “Amigão, vem cá, o que você faz para ficar com esse corpão?”. E ele: “atletismo”. “Cara, eu posso fazer também?”. Ele: “pode”. E nisso eu entrei no atletismo pela vaidade, eu não sabia que era bom de corrida, eu queria ficar forte para impressionar a mulherada.

Boteco – Uniu o útil ao agradável?

Claudinei – Uniu o útil ao agradável, o pessoal falou: “você tem talento para isso”. E eu comecei a acreditar nisso, fui treinando forte, pesado e comecei a competir.

Boteco – E alguém te descobriu e resolveu investir em você?

Claudinei – Eu comecei em Lençóis Paulista, fui na Prefeitura, depois o treinador José Santos Primo, que era o treinador do Zequinha Barbosa, me chamou para ir para Araçatuba. Aí ali eu comecei a me destacar. Aí o técnico da seleção brasileira, naquele tempo o Jaime Neto, me fez uma proposta para ir embora para Presidente Prudente.

Boteco – Claudinei volta para lembrar momentos especiais na carreira e contar como o “salto alto” quase impediu a conquista da prata nas Olimpíadas de Sidney.

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