Caros leitores, confesso que me emocionei na sexta, dia 8, com a divulgação do anúncio do Prêmio Nobel da Paz para dois colegas meus – os jornalistas Maria Ressa e Dmitry Muratov. A filipina e o russo conquistaram o prêmio por seus esforços na defesa da liberdade de expressão em seus países.
Fiquei emocionado e também muito orgulhoso de fazer parte dessa profissão tão dura e difícil de exercer em um país como o nosso. O Nobel da Paz 2021 se estende, sim, a todos os profissionais de impressa no planeta. Por isso, parabenizo todos os meus colegas aqui de Mogi Mirim. Sim, somos todos Nobel.
Sim, porque defendemos os mesmos ideais de independência, ética, liberdade de imprensa, que são pré-requisitos essenciais para a democracia, a fraternidade e a união para o bem comum.
Assim, Maria Ressa expôs o abuso de poder, o uso da violência e o crescente autoritarismo do governo das Filipinas. Ela é cofundadora e diretora da Rappler, uma empresa de mídia digital para o jornalismo investigativo. A empresa chamou atenção da crítica para a controversa campanha antidrogas do presidente Rodrigo Duterte, fazendo de seu país um reino do terror.
Assim, Dmitry Andreyevich Muratov, um dos fundadores e editor-chefe do jornal independente Novaja Gazeta, relata casos de corrupção, violência policial, prisões ilegais, fraude eleitoral, uso de forças militares russas dentro e fora do país, entre outros assuntos controversos do presidente Vladimir Putin. Por esse motivo, SEIS jornalistas do jornal foram assassinados.
Maria e Dmitry são inspirações para todos nós, jornalistas, a não esmorecer diante dos abusos do poder político – e econômico – e das tentativas de nos calar. Vivemos em um país livre, porém com vocação autoritária. Isso devemos combater incansavelmente. É a nossa missão.
Deixo aqui também minhas felicitações a todos os professores. Parabéns, mestres.
Por hoje, só quinta que vem.