Após 40 dias em vigor, o projeto de Coleta e Compostagem de Resíduos Orgânicos na cidade tem sido satisfatória. Foram pouco mais de 12 mil quilos coletados, o que equivale a 8% dos resíduos orgânicos gerados durante esse período em toda a cidade.
Das 18 coletas realizadas na região do Jardim Paulista e do Jardim Silvânia, 323 quilos foram de itens não orgânicos. “Isso representa 3%, que consideramos um número positivo, porque demonstra a consciência e a alta participação das pessoas”, considerou Marcos Alejandro Badra, sócio diretor da empresa de consultoria Inambi.
“Achamos que iria vir mais rejeitos”, salientou Ulisses Girardi, diretor da Visafértil. Para o grupo, isso representa o desejo da comunidade em mudanças quanto a destinação do lixo. Girardi afirmou ainda que os materiais orgânicos representam mais de 50% do lixo doméstico e que o processo pode representar uma grande economia caso o projeto seja colocado em prática no município.
O projeto piloto, que deve terminar em março do próximo ano, já produz o adubo orgânico, que será devolvido ao município, através de utilização em escolas e praças públicas. “Esse é um projeto que não visa lucro, que servirá na implantação de um futuro programa no município”, disse Ivair Biazotto, coordenador de meio ambiente da Secretaria de Gestão Social.
O projeto conta com a participação de forma gratuita da Construrban, que é responsável pela coleta dos materiais orgânicos nas casas e da Visafértil, responsável pelo armazenamento e acompanhamento do processo de decomposição. A Prefeitura, a Basf, Romapack e Inambi também participam da iniciativa.
Diferente da expectativa inicial, o número de moradores que participariam do projeto, estimado em 5.300 moradores em uma amostragem de 1.770 residências ficaram muito acima do que havia sido projetado. De acordo com o balanço divulgado nessa semana, são 2 mil pessoas participantes em 586 casas.
Badra garante que a amostragem realizada em apenas uma região da cidade não é pequena. “Essa amostra representa 8% da coleta de lixo da cidade. É a realidade do bairro”, disse. “Naquela região existem casas de alto e de baixo padrão, comércios, indústrias, como na cidade inteira”, acrescentou o vice-prefeito, Gerson Rossi Junior. Ao final, uma nova análise será feita que servirá para ter um modelo latino americano, que ainda não existe.
O PROCESSO DE DECOMPOSIÇÃO
Após as coletas, realizadas às segundas, quartas e sextas-feiras, o caminhão especial da Construrban despeja os materiais orgânicos em um local apropriado localizado na sede da Visafértil. O processo de decomposição leva de 60 a 90 dias.
Após esse período, o material que permanece a uma temperatura de mais de 50 graus, sem o auxílio de nenhuma máquina, estará pronto para ser utilizado como adubo. O processo é simples, não sendo necessária a utilização de máquinas e funcionários.
“Não passa por trituração nem nada, assim não gastamos energia. Além disso, não há chorume”, informou Girardi, se referindo ao líquido escuro de alta carga poluidora presente na maioria dos resíduos.