Pouco mais de dois anos depois, o vereador Laércio Rocha Pires (PPS) retornou ao plenário da Câmara Municipal como vereador. Substituto do vereador Gerson Rossi, afastado após uma cirurgia, e com João Luís Andrade Teixeira ocupando um cargo comissionado dentro da Prefeitura, o edil, integrante do Poder Legislativo entre 2013 e 2016, foi empossado vereador na noite da última segunda-feira, pelo presidente Manoel Eduardo Pereira de Cruz Palomino (PPS). E, ao melhor estilo.
Com direito a um paletó e calça verdes, e uma gravata com diversas cores, uma de suas peculiaridades como vereador, “chegou chegando”, ou melhor, “chegou grandão”, como brincaram parte dos vereadores, durante a sessão ordinária. Tudo em função do discurso efusivo, celebrando sua inocência por denúncias de improbidade administrativa, e o tom agressivo, direcionado aos críticos que buscaram prejudicá-lo com o processo.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) inocentou o vereador de denúncias de improbidade administrativa, após o caso chegar ao Ministério Público, em 2014, por um suposto recebimento indevido da aposentadoria como servidor público em seu mandato como vereador. O edil é aposentado desde 2001 pelo Instituto de Previdência de São Bernardo (SBC Prev) após ser diagnosticado com esquizofrenia paranoide associada a grave estresse.
O Ministério Público instaurou inquérito civil, seguido de uma ação civil pública, para apurar possíveis fraudes no recebimento de aposentadoria. À época, o vereador se defendeu dizendo que o trauma causado pelo assassinato do irmão foi o motivo de sua aposentadoria.
A Promotoria deu início ao processo considerando que Pires exerce a função de vereador o que lhe demanda trabalho regular e que isso pode configurar em fraude e prejuízo ao erário, enriquecimento ilícito e violação aos princípios da administração pública, caso seja comprovada a denúncia de irregularidade.
Desabafo
Na sessão de segunda-feira, nas duas oportunidades em que teve a palavra, Pires utilizou seus minutos para exaltar a inocência, criticar os autores da denúncia e desabafar sobre os prejuízos causados a ele tanto no aspecto político como o pessoal. Sem citar nomes, partiu ao ataque. “Foi muito triste para mim, ainda está sendo. Um ex-presidiário se aliou a esses vagabundos para denegrir minha imagem. Corri risco de vida por causa de bandido, de malandro”, disparou.
O vereador afirmou que o episódio prejudicou sua campanha para reeleição a vereador, em 2016, alertou para a população se atentar com o que é veiculado em períodos eleitorais e atestou que a denúncia não condiz com a verdade. “A população precisa ficar esperta, as mentiras não vão parar. Os aloprados, os inconsequentes inventaram essa fraude de aposentadoria”, reclamou.