sábado, abril 19, 2025
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Coluna Memorial: recordações sobre a História mogimirana

Vivi uma época em que os mogimirianos buscavam as fontes de água potável para o consumo diário e, praticamente, ninguém bebia o líquido das torneiras.

Formavam-se filas nas fontes da Santa Cruz, do Curtume, da Santa Clara, da Mogiana e outras. Caminhava-se bastante para encher garrafas, garrafões e outros vasilhames e enfrentava-se com paciência o longo tempo de espera. Para se ter uma ideia, da fonte artesiana da Companhia Mogiana saia um fiozinho de água e demorava-se cerca de 15 minutos para encher um garrafão!

Além do recolhimento direto das fontes, existia a comercialização de água potável por pipas e tambores transportados por carroças e até carros de bois. Eu me lembro de alguns desses vendedores de água, como o Dario de Souza, o Mantovani e outros.

Também alcancei a época em que pão e leite eram distribuídos pelas padarias em carroças e charretes, numa entrega a domicílio pelas ruas e casas da cidade pela manhãzinha. Entre os entregadores estavam o Zé Rosca e o Chiquinho Fernandes. Ninguém precisava ir até as padarias para adquirir esses produtos e o mais interessante é que não eram cobradas taxas de entrega. Outro fato curioso é que os produtos eram colocados nas janelas e ninguém roubava! O combustível dessas carroças e charretes era o generoso capim dado como alimentação aos cavalos, alimento barato, farto e não poluidor, a não ser as fezes dos animais pelas ruas.

Assisti no dia oito de abril de 1949, as solenidades de inauguração do obelisco comemorativo ao primeiro centenário da elevação de Mogi Mirim à categoria de cidade. O fato ocorreu numa cerimônia presidida pelo prefeito João Missaglia.

Em 1959, inaugurou-se o moderno prédio da Rua José Alves, destinado à instalação da Prefeitura e da Câmara Municipal de Mogi Mirim. Até então, o Executivo e o Legislativo funcionavam em prédio antigo e centenário, no mesmo local.

Eu adorava, em meus tempos de infância, a saborosa geleia de mocotó fabricada por dona Ester Peres de Freitas, mãe do Zizo e do Darcizinho. Eram famosíssimas essas geleias e muito apreciadas pelos numerosos consumidores. Dona Ester comprava nos açougues os tutanos bovinos, cozinhando-os o dia inteiro em fogão à lenha, tirando com uma colher de pau o excesso de gordura que se formava no caldeirão. Depois acrescentava açúcar, vinho branco, cravo e canela, que despejavam pelo ar um aroma inebriante, como eu presenciei em determinada ocasião.

Como geladeira era raridade na época, dona Ester usava de um curioso estratagema: colocava os copos de geleias em locais ao relento da noite. Com o frio da madrugada, a geleia endurecia e ficava pronta para o consumo, com o Darcizinho indo entregar na casa dos fregueses, bem cedinho, colocando os copos na beirada das janelas fronteiriças à rua. Só existia um problema: a geleia precisava ser consumida logo, antes de derreter por causa do calor do dia. Era um obstáculo em tempos sem geladeira!

Túnel do Tempo            

Em 30 de maio de 1952, foi realizado no palco do Cine São José o 3º Concurso de Bonecas Vivas de Mogi Mirim. Numeroso público estava presente e aguardando o resultado final sob grande expectativa. Muitas palmas saudaram a vencedora, a menina Maria Cecilia Pinto e de apenas três anos de idade.

Preceitos Bíblicos

“Mostrai-me, ó Senhor, vossos caminhos e fazei-me conhecer a vossa estrada. Vossa verdade me orienta e me conduza, porque sois o Deus da minha salvação! Verdade e amor são os caminhos do Senhor para quem guarda sua Aliança e seus Preceitos. (Salmo 24).

Legenda da foto:

Três historiadores de Mogi Mirim: Orlando Bronzatto, Nelson Patelli Filho e TórideCelegatti, membros da Comissão Organizadora das festividades pelos 250 anos da Paróquia de São José, em 1° de novembro de 2001.

 

 

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