O avanço da dengue em Mogi Mirim, até quinta-feira (6), com 262 casos positivos e 1.127 notificações, levou a Prefeitura a declarar “situação excepcional de emergência” em todo o município.
O decreto 8.065, assinado pelo prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), auxilia na execução de ações necessárias ao combate e proliferação do mosquito Aedes aegypti e intensifica o plano de contingência de assistência e controle do Aedes.
O decreto será publicado na edição deste sábado (8) do Jornal Oficial de Mogi Mirim.
Na manhã desta sexta-feira (7), a Vigilância em Saúde expôs o número de casos da dengue em toda a cidade, divididos por região, além do avanço registrado de 2019 para cá, e reforçou o compromisso junto às secretarias municipais no combate ao mosquito.
Para reforçar a disposição do Poder Público com ações que colaborem para a retirada da sujeira das ruas e o descarte correto de lixo e entulho, a Secretaria de Saúde e de Relações Institucionais vêm promovendo uma campanha de conscientização por meio de divulgações nas redes sociais da Prefeitura e nos veículos de comunicação da cidade, entre eles, o jornal O POPULAR.
O calendário de coleta de galhos e entulhos também é distribuído no município. Salas de hidratação e contratação de médico para a UPA 24h também estão sendo providenciadas.
Aplicação de inseticida
O Poder Público realiza, a partir da próxima segunda-feira (10) a aplicação de inseticida contra o mosquito da dengue em bairros da Zona Norte. Os locais escolhidos foram Santa Luzia, Loteamento Antonio Alves de Campos, Loteamento Domênico Bianchi e Jardim Bicentenário, responsáveis por concentrar boa parte dos casos em Mogi Mirim.
A aplicação, que se estende ao longo da semana, será informada aos moradores através de carro de som, além da orientação de agentes comunitários de saúde. O trabalho tem início previsto para 8h e ocorre somente no período da manhã.
A Vigilância em Saúde pede para que os moradores, durante a nebulização, mantenham portas e janelas abertas e cubram alimentos, filtros de água, roupas, bebedouros e aquários. Idosos, crianças e pessoas alérgicas devem permanecer em um cômodo fechado durante 30 minutos.
Salas de Hidratação
O decreto de estado de emergência permite a tomada de ações necessárias para o combate à dengue.
Entre elas, a montagem de duas novas salas de hidratação, na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Jardim Paulista, Zona Norte do município, e no Centro de Fisioterapia, ao lado do Centro de Especialidades Médicas (Cem), à Avenida Adib Chaib.
Uma sala de hidratação já funciona na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na Zona Leste. A Secretaria de Saúde providencia a contratação de mais um médico para atuação no local.
262 casos positivos de dengue
Boletim semanal divulgado na quinta-feira (6) aponta que Mogi Mirim já tem confirmado, desde o dia 1º de janeiro, 262 casos positivos da dengue, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
São 77 casos a mais em relação ao balanço do último dia 30, de 185, o que reforça o estado de atenção e a importância das ações rotineiras de limpeza, mutirões e orientação, ter a população ao lado na luta contra o mosquito.
O balanço mostra ainda outras 1.127 notificações, e que a Zona Norte segue como a região com maior o maior foco da doença neste ano, com 191 casos, seguida da Zona Oeste (27), Zona Leste (20), Centro (17), zona rural (4) e Zona Sul (3).
São 135 casos em homens e 127 em mulheres, cenário diferente do registrado de janeiro até aqui, quando os casos se concentravam de forma acentuada no público feminino.
A faixa etária de 16 a 59 anos é a que mais registra casos positivos, 176 do total. Logo depois aparecem as pessoas a partir de 60 anos (46), 6 a 15 anos (31) e 0 a 5 anos (9).
Na Zona Norte, região onde uma morte suspeita em um homem de 93 anos é investigada, a maioria dos casos está concentrado na área que envolve a Santa Luzia, o Jardim Bicentenário e o Loteamento Domênico Bianchi. A
Secretaria de Saúde aguarda a chegada do exame de sangue do Instituto Adolf Lutz, em São Paulo, para atestar as causas da morte do homem.
Subida
O sistema de informação da Vigilância em Saúde, responsável por armazenar dados relativos à dengue, mostra um aumento elevado dos casos após 2015, ano em que a cidade passou por uma epidemia da doença.
Naquele ano, foram 12.621 notificações, 11.099 casos positivos e 11 mortes em todo o município.
A partir de 2016, queda acentuada, com 1.831 casos notificados, sendo 126 confirmados. No ano seguinte, em 2017, já com as ações de intensificação colocadas em prática pela Prefeitura, 585 notificações, 54 casos positivos e nenhuma morte.
Em 2018, 341 notificações, 35 casos positivos, e mais uma vez, nenhuma morte na cidade. A subida voltou a ser vista em 2019, com 5.365 notificações e 1.546 casos confirmados, além de duas mortes. (Da Redação)
