Um lance registrado aos 27 minutos do segundo tempo parecia reservar para a decisão da Copa Rural, no domingo, a repetição de um roteiro muito comum em decisões recentes: cobrança de falta de Iago de longa distância e um golaço, culminando em título. Foi desta forma que a Esmeralda, jogando em casa, abriu o placar no jogo de volta da final diante do Pombal. Alguns jogadores do banco de reservas já gritavam “É campeão”. Mas aos 47 minutos do segundo tempo, outra cobrança de falta mostrava que o destino do Rural era outro. Autor do gol da vitória por 1 a 0 em cobrança de falta no jogo de ida, o volante Du Garcia teve novamente seus pés como agentes decisivos. Du bateu colocado, o goleiro Maurício deu rebote e Daniel Piu, que havia entrado há poucos minutos, completou para o gol de empate em 1 a 1, garantindo o oitavo título da história do Pombal.
As duas equipes começaram buscando o gol. Pela melhor colocação na primeira fase, a Esmeralda precisava de uma vitória simples. Apesar de um empate bastar para o título, o Pombal partia para cima e tocava bem a bola, de forma organizada e com mais tranquilidade. A Esmeralda, que precisava da vitória, demonstrava ansiedade e tinha dificuldades para sair da marcação adversária, arriscando chutes de longe, sem grande perigo.
A primeira chance foi criada aos 18 minutos, pelo Pombal. Após falha na saída de bola da Esmeralda, Vida Loka foi acionado e bateu à direita do goleiro Maurício. A Esmeralda criou duas boas chances nos minutos finais da primeira etapa, em lances de bola parada. Aos 43, Lucas Brasi cobrou falta de longa distância, soltando um petardo, e Marcelo Cruz defendeu. Aos 44, Ronaldo cobrou escanteio e quase fez gol olímpico, acertando a trave.
Aos 8 minutos do segundo tempo, os dois times ficaram mais ofensivos. O volante Danilo Piu, do Pombal, deixou o campo, contundido, e o meia Leandro Pintado entrou. Já a Esmeralda teve a entrada do atacante Marinho no lugar do volante Nilson.
O placar foi aberto aos 27. Iago cobrou falta de longe e fez um golaço: a bola subiu, atravessou toda a área e morreu no canto alto esquerdo do goleiro Marcelo Cruz.
Precisando do empate, o Pombal partiu para cima. Aos 30, Du Garcia cobrou falta e Maurício mandou para escanteio. Aos 33, Du bateu outra falta, Vida Loka cabeceou e Maurício pegou. Um minuto depois, o Pombal reclamou de pênalti em Vida Loka, mas o árbitro Rogério França, o Mangueira, assinalou falta fora da área. Porém, a assistente Patrícia Brandão, a Naná, assinalou impedimento.
Faltando poucos minutos para o final, Daniel Piu entrou no lugar de Bruninho. Aos 47, Pintado sofreu falta na entrada da área. Na cobrança aos 48, Du Garcia bateu, Maurício deu rebote e Daniel Piu mandou para a rede. A torcida invadiu o campo para festejar, já celebrando o título. O jogo foi reiniciado, houve um último suspiro de tentativa de reação da Esmeralda, mas logo Mangueira deu o apito final para a festa dos visitantes.
Após 20 anos, Luciano Bridi volta e ergue o troféu
O troféu de campeão do Rural foi entregue ao capitão Luciano Bridi (na foto, o segundo a partir da esquerda), que curiosamente voltou a defender o Pombal após 20 anos.
Em 1996, Bridi havia conquistado o Rural pelo clube. O volante recebeu o troféu junto com dois personagens especiais, Pinho (o primeiro a partir da esquerda) e Edinho Garcia (o terceiro), sete vezes campeões do Rural. O clube havia sido campeão pela última vez em 2013. Pinho conquistou sete de oito títulos do Pombal. Edinho venceu seis pelo clube e um pelo Martim Francisco. Além de ter sido campeão invicto, o Pombal teve o goleiro menos vazado, Marcelo Cruz. Carlos Alexandre, da Esmeralda, com 11 gols, foi o artilheiro. Alan Portela, do Jardim Soares, recebeu o prêmio de revelação.
Segurança
A final registrou a presença de duas viaturas da Guarda Municipal, uma delas da Romu, mas não houve tumulto. Recentemente, a final da Copa Society não chegou ao término em função de confusão entre torcedores e atletas dos dois times. Na ocasião, não havia policiamento no Placar Society.
