quarta-feira, setembro 18, 2024
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Há mais de 50 anos na estrada, Trio Yucatán continua na ativa

Com mais de 50 anos de carreira, tendo feito música em terra firme e, em pelo menos, cinco dos sete mares a bordo de navios europeus e americanos por mais de duas décadas, o Trio Yucatán, nascido na Escola Estadual Padre Armani, de Mogi Guaçu, continua fazendo sucesso por onde passa com seus boleros, sambas, bossa nova e samba-canção, etc. Formado pelos gêmeos Hélio e Hércio Oliveira, com 72 anos e, desde 2007, também por João Baptista Lucas, de 69, o trio tem em seu rol de produções dois discos de vinil e quatro cds, fora as fitas-cassetes gravadas e vendidas aos turistas na época em que faziam sucesso a bordo das navegações. O último álbum, chamado “Un Bolero Rasgado”, foi lançado no final do ano passado em Mogi Mirim e para tratar sobre a carreira, os projetos do trio e fazer uma análise da cultura no município, Hélio falou ao O POPULAR.

 

O POPULAR: Com mais de 50 anos de carreira, como estão as produções do Trio Yucatán atualmente?

Hélio Oliveira: Lançamos o último cd no ano passado (Un Bolero Rasgado). Foi uma noite maravilhosa, com mais de 400 pessoas. Hoje nós só fazemos a linha de shows, com duração de 1h30 ou 2h, depende da casa. Nós estivemos em São Paulo, em Santana, nessas duas últimas quintas-feiras, dia 23 e 30. Viajamos Norte e Nordeste. Nossa produtora, Mariângela Marques, de Brasília, que faz a produção, contatos e vendas. Agora mesmo nós estamos com uma proposta para embarcarmos, mas o Lucas não pode, então não vamos embarcar. Além disso, estamos trabalhando no novo cd que será de samba.

O POPULAR: Com os trabalhos e projetos a todo o vapor, hoje a aposentar o Trio Yucatán é algo que passa longe da cabeça de vocês?

Hélio Oliveira: Ah não tem como (…), vivemos a música desde pequenos, né?!

O POPULAR: Há muitas bandas em nossa região que gostariam de se tornarem músicos profissionais como o Trio Yucatán, com mais de 50 anos de história, tanto em solo como no mar. Que conselhos o senhor daria para esses jovens?

Hélio Oliveira: “Antigamente você tinha que ir atrás, levar porta na cara, até que um belo dia nós caímos (…). Tinha o Camilo Fernandez, ele era considerado o Silvio Santos dos navios. Então, primeiro passo para quem quer ir para navios tem que falar inglês e o espanhol. Fora o ambiente das viagens é preciso de muita dedicação e persistência, pois é uma profissão muito ingrata. Se você analisar bem, hoje, me desculpe a expressão, mas qualquer “zé mané é músico”. Acha que toca um violãozinho e já é músico, mas não sou eu que vou querer mudar a história.

O POPULAR: Em Mogi Mirim e em Mogi Guaçu há espaço para o trabalho que vocês desenvolvem?

Hélio Oliveira: Até diria que não tem muito espaço, não. Se bem que andaram dando uma consultada para alguns shows. Antes apresentávamos muito, mas hoje (…). Eu não tenho nada contra sertanejo, mas também não tenho nada a favor, e essa molecada quer isso. Eu conheço pessoas com mais de 40 anos que nunca ouviram falar no Trio Irakitan, Yucatã, Cristal (…). Mas é falta de conhecer mesmo, fomos nos apresentar em gincanas e os jovens ficaram malucos. Mas a aculturação do próprio jovem é culpa das próprias empresas. Faz seis anos, pelo menos, que estamos tentando entrar na Virada Cultural e não somos chamados. São sempre os mesmos caras chamados, é o clube do bolinha, entendeu?

O POPULAR: E quanto ao Brasil, nos últimos dias uma pesquisa feita pelo Sesc em parceria com a Fundação Perseu Abramo  apontou hábitos do brasileiro quanto à cultura. De 2400 brasileiros, a maior parte disse que não fez nenhuma atividade cultural no ultimo ano por que não gosta, o segundo lugar por que não tem na cidade e o terceiro ponto destaca que não tem habito. O que acha disso?

Hélio Oliveira: Eu acho que não tem atividade mesmo e os grandes culpados são esses secretários de cultura. Por exemplo, o Fundo de Apoio à Cultura é uma grana preta, milhões de reais destinados às secretarias de culturas municipais e estaduais. Cadê a verba da cidade?

 

 

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