É muito difícil falar sobre este tema sem não parecer machista ou retrógrada. Mas, com todo respeito à diferença de opinião, sim, eu acho que existem pessoas que querem ser reconhecidas pelo corpo que têm e a forma de fazer isso é expô-lo como uma vitrine. E está tudo bem, desde que ela não seja minha filha rsrsrs.
A questão não é só mostrar, mas o que a exposição pode acarretar no baú de experiências ruins. “Meu corpo, minhas regras” funciona bem no Fantástico Mundo de Bobby, numa sociedade civilizada, não na nossa, em que biologicamente os homens são movidos por sexo. Colocar uma bermuda curta e um top bem pequeno e seguir para um baile de carnaval – A Festa da Carne – em praça pública é correr o risco de ser violada.
E sim, existem infinitas formas legais de punir quem avança por onde não deveria, a questão é que nenhuma delas apaga aquela memória latente quando fechamos os olhos. Este é o foco!
Porém, mesmo tendo todas essas convicções, em se tratando da adolescência, acho muito difícil encontrar o agente limitador. Por mais que esteja sempre empenhada com o juízo que faço sobre as coisas, não posso perder de vista que quem vive as experiências lá fora e em grupo são os filhos.
Sendo assim, preciso compreender que, tão importante quanto o tamanho da roupa que me incomoda, é como eles se sentem. Não adianta fazê-los sair de casa com modelos que agradam a mim e os deixem se sentindo como um peixe fora d´agua. Isso porque, penso que apenas estou trocando um possível problema na formação por outro.
Talvez não transmitir a imagem que desejem traga tantos prejuízos, mas de ordem diferente, quanto o risco de expor a pele. Quem nunca se sentiu péssimo e inadequado em vestir uma roupa que não diz nada sobre si?!
A verdade é que, como tantas outras coisas na maternidade, escolhi ir vivendo um dia de cada vez. Procuro sempre analisar caso a caso e, principalmente, quando não acho que está conveniente, conversar sobre. Também criamos alguns consensos: tem roupa que não é para sair em família. Se decide correr o risco, ok, mas não vai nos colocar em situações constrangedoras.
Para exemplificar o quanto este assunto é conflitante, ao mesmo tempo claro e escuro para mim, queria conseguir terminar este texto com aquele emoji do WhatsApp da menininha com os dois braços abertos, sabe? Aquele que significa um misto de “não sei” com o “fazer o que?”. É isso que sinto. Uma mescla de “eu tento, mas pode ser que não seja o certo”.