As ações de combate ao cerol estão mais rígidas. A fiscalização contra o comércio irregular e o uso do produto durante a prática de lazer foi intensificada, a partir desta semana, conforme garantiu a Prefeitura. Cerol é o nome atribuído a uma mistura de cola com vidro moído, aplicada em linhas de pipas e papagaios.
O objetivo consiste em cortar a linha de outras pipas, intensificando uma espécie de competição entre os praticantes dessa modalidade de lazer. O uso de cerol é crime e, desde 2002, a industrialização, o transporte, o armazenamento, a comercialização, a distribuição e a utilização deste produto, ou de qualquer outro material cortante, estão expressamente proibidos pela Lei Municipal N° 3.662.
Devido ao sério risco de acidentes, que podem ser fatais, o infrator deverá ser penalizado com a aplicação de multas. De acordo com a Administração Municipal, o valor chega a R$ 4.279,84 para os estabelecimentos comerciais, industriais ou prestadores de serviços, e R$ 794,83 a quem for abordado empinando pipa com linha cortante, inclusive a tipo “chilena”, ainda mais perigosa que o cerol. Se o infrator for menor de idade, ele será conduzido ao Conselho Tutelar e os pais ou responsáveis ficarão sujeitos às penalidades e consequências dos atos praticados pelo adolescente.
Para denunciar estabelecimentos com suspeitas e/ou indícios de comércio de linhas cortantes e misturas de cola e vidro, a população pode entrar em contato com o setor de Fiscalização, pelos telefones (19) 3814-1010 e 3814-1027. Em relação àqueles que estiverem empinando pipas ou papagaios com cerol, a denúncia deverá ser feita diretamente para a Guarda Civil Municipal (GCM), no (19) 3806-3193 ou 153.
Acidentes
O cerol é um material extremamente perigoso e seu uso pode causar acidentes com motociclistas, pedestres, além de curto circuito e danos a fiações elétricas. Em 2013, uma linha de pipa com cerol cortou o pescoço de um eletricista guaçuano, de 24 anos. O caso ocorreu à Avenida Honório Orlando Martini.
Ele pilotava uma moto sem o equipamento de segurança contra esse tipo de acidente, a antena corta-pipa. Já em agosto de 2015, bombeiros resgataram um gavião-carcará que teve a asa cortada por linha com cerol. A ave foi encontrada no quintal de uma residência, no bairro Maria Beatriz, região da zona Sul de Mogi Mirim, e encaminhada ao hospital do Zoológico Municipal para tratamento.
Em São Paulo
O governador de São Paulo, Márcio França (PSB), vetou o texto que obrigava que as motocicletas produzidas no Estado saíssem das fábricas equipadas com hastes protetoras contra linhas de pipa, segundo reportagem publicada pela Agência Brasil, no último dia 16. No Rio de Janeiro, o uso da antena corta-pipa em motocicletas é obrigatório.
A matéria ainda esclarece que, ao justificar o veto total ao texto, o governador reiterou que a matéria trata de um assunto já disciplinado pelos artigos 54, 55 e 139-A da Lei Federal nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, de caráter nacional, que instituiu o Código Brasileiro de Trânsito (CBT) e que dispõe sobre equipamentos obrigatórios das motocicletas.
Os motociclistas defendem a implantação do equipamento, pois argumentam que as linhas de cerol nas pipas são verdadeiras guilhotinas e colocam em risco a vida deles. A Agência Brasil solicitou a entidades dados sobre o número de acidentes ocorridos com motociclistas associados ao uso de cerol. O Corpo de Bombeiros, a Secretaria Estadual de Saúde, a Secretaria de Segurança Pública e o Sindicato dos Mensageiros Motociclistas, Ciclistas e Mototaxista Intermunicipal do Estado de São Paulo informaram que não dispõem das informações.
