Pequenas ações podem fazer a diferença na vida do cidadão. Prova disso pode ser vista no Centro de Mogi Mirim desde o último sábado. Por iniciativa do comerciante Luiz Gustavo do Amaral Correa, proprietário do Estacionamento Paissandu, 15 lixeiras de plástico foram instaladas em ruas da região central, servindo como descarte em um local que simplesmente não oferece lixeiras para a população.
Garrafas pet de cinco a seis litros de água foram transformadas no objeto, instalado em postes de sinalização em pontos estratégicos, e de grande fluxo de pessoas todos os dias. Na ausência do Poder Público em uma questão básica da manutenção e zeladoria da cidade, a instalação já caiu nas graças de comerciantes e pedestres. E não deve parar por aí.
As lixeiras podem ser vistas desde as imediações das Casas Bahia, pouco antes da esquina entre as ruas Ulhôa Cintra e Conde de Parnaíba, reduto de maior concentração do equipamento plástico, e são visíveis até a altura do número 230, entre o Depósito Brasil e o Seu Salgado. A Rua Paissandu também foi outro local escolhido por Gustavo, que resolveu tomar a frente da questão após notar a falta de lixeiras públicas sob responsabilidade da Prefeitura.
“Estava com um monte de galão sobrando, porque pego água na mina, aí vi essa sujeirada na rua e resolvi bolar uns lixinhos e colocar nas plaquinhas de sinalização. Primeiro, coloquei na frente do estacionamento, depois resolvi espalhar. É simples, não demora dez minutos para fazer”, contou o inventor das lixeiras.
Mobilidade
Embora pareça simples, a lixeira tem suas funcionalidades. No processo de produção, auxiliado por uma tesoura e um pequeno ferro de solda, com o próprio gargalo da garrafa, Gustavo criou uma engrenagem no meio do plástico, a ponto de fazer com que a lixeira tenha mobilidade, e auxilie tanto os varredores de rua na retirada do lixo, que não colocariam as mãos dentro do cesto, como dos comerciantes e munícipes em geral.
Essa não foi a primeira ocasião que Gustavo trabalhou em prol do município. Há cerca de dois, ele instalou dois galões de cinquenta litros na Praça da Bandeira, próximo ao Colégio Imaculada Conceição. “Faço a manutenção lá até hoje”, garantiu o comerciante.
A ideia é expandir sua ideia, aumentando as lixeiras na Conde de Parnaíba, até a altura das Lojas Cem, e outras vias do Centro. A iniciativa já valeu até brincadeiras. “99% apoiam, mas 1% tira sarro, na brincadeira ou sério. Já brincaram até que quero ser vereador, mas não quero, não”, comentou Gustavo, em meio a risos.