Me senti bem desleixada essa semana. Respondi uma mensagem no WhatsApp que havia recebido no dia 12 deste mês. Ou seja, quase um mês atrás. Eu li e esqueci de responder, na verdade. Minha amiga também me respondeu uma mensagem quase três dias depois. Aí ficamos conversando sobre isso. O quanto parece que é desleixo, mas não é. É uma correria absurda mesmo (que eu não concordo). Às vezes respondemos mentalmente hehehe, e que achamos que resolvemos a situação, mas tem momentos que é esquecimento mesmo. Fiquei pensando que deveríamos ter vários de nós espalhados por aí. Por exemplo, tem dias que não quero sair da cama, então outra Ludmila poderia realizar as atividades por mim. Seria demais!
A correria do dia a dia nos deixa com poucas opções para fazermos o que gostamos. Por exemplo, eu queria quinta-feira (dia que escrevo a coluna), ficar em casa pela tarde vendo séries na Netflix, ou sair para tomar um café e ler o jornal, que é uma das coisas que gosto muito de fazer. Mas o que vou fazer? Dar aulas o dia todo, até às 18h. De manhã, acordei às cinco para escrever o que faltava do caderno de cultura do jornal e assim acontece todas as semanas.
Na sexta, ontem, no caso, queria acordar mais tarde. Na vida ideal queria ler jornal, tomar café na cama e pintar um pouco. Mas o que fiz? Reunião, entrega de produtos de manhã, revisar os textos do jornal e aulas pela tarde. Ou seja, sobrou a noite. Um pedaço das minhas 24 horas, que ficou entregue às obrigações.
Eu não estou dizendo que queria não fazer nada da vida. Eu gosto de trabalhar, mas acho que ficamos muito tempo presos às obrigações. Essa situação acaba nos deixando sem energia para a realização de nossos projetos pessoais. Tem dias que me sinto realmente um robô. Mesmo que minhas profissões me deem liberdade de pensamento, de produção de aulas, etc., mesmo assim a rotina acontece. Vivo de olho no relógio, vivo de olho na agenda, tenho que estar sempre pronta para as mensagens nos meios eletrônicos, para atender as crianças e os adolescentes, minhas fontes, meus colegas de projetos, que olha…tem horas que falho. Falho em fazer o que tanto amo. Entendam. Sei que passam pelo mesmo. Como não viver assim? Não sei. Seria preciso reformar.
Ludmila Fontoura é jornalista formada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, a Puc-Campinas, além de Historiadora e pós-graduada em História Social pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada de Mogi Guaçu, as Fimi.
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