sábado, novembro 23, 2024
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Como eram os antigos testamentos – 1ª parte – n° 662

Como são diferentes os inventários antigos dos atuais! Nestes últimos, não se descobre uma nesga sequer do coração do testador. Limitam-se à distribuição dos haveres. Tem a aridez e a frieza de um balanço. O estilo obedece ao figurino horrível dos formulários. Como são diferentes os inventários antigos!

Em quase todos se encontram disposições de última vontade. Neles, os testadores descarregam a consciência, dizem-no com verdade, sinceramente, lealmente, ingenuamente, desnudam a alma. Pesquisando testamentos centenários feitos em Mogi Mirim, encontrei verdadeiras preciosidades quanto a manifestações de última vontade e de súplicas para a salvação da alma. Como exemplo, abordarei os testamentos de padres famosos.

Padre Roque (Roque de Souza Freire): “Meu testamenteiro mandará rezar seis capelas de missas, sendo duas pela minha alma, duas pelas almas de meus pais e duas pelas almas de meus irmãos falecidos”. E continuou.

“Sendo de caridade socorrer a necessidade e pobreza do próximo e não havendo em toda a classe de gente pessoas tão pobres como os cativos, que nem o tempo tem ajudado, por minha morte declaro ficar todos os meus escravos formalmente livres; todos, sem exceção”. E ainda de acordo com seu testamento,, doou os 600 alqueires de sua fazenda Santa Izabel aos seus escravos, além da quantia de 180 contos de réis.

Padre Ramalho (Monsenhor João José Vieira Ramalho): “Verificado o meu falecimento, meu corpo será envolto em hábito sacerdotal e conduzido à sepultura por quatro ou seis pobres, doando a esmola de trinta mil réis a cada um. Meu testamenteiro mandará rezar cinquenta missas pela minha alma. No dia do meu enterro ou no sétimo dia, meu testamenteiro dará um conto de réis de esmola aos pobres de minha Freguesia e que mais necessitarem”.

A seguir, Monsenhor Ramalho declarou forros todos os seus escravos e com uma boa quantia em dinheiro para cada um, com nomes e valores discriminados em uma relação. Um dos escravos foi aquinhoado com uma casa no então distrito de São João da Boa Vista. A seguir, uma curiosidade no testamento de Monsenhor Ramalho: Como o vigário Joaquim Feliciano Sigor lhe devia cerca de quatrocentos mil réis, escreveu: ‘’Perdoo-lhe esta quantia com a obrigação de pedir por minha alma um Padre Nosso e uma Ave Maria no fim da reza que costuma fazer na igreja, todas as sextas-feiras, sendo isto por espaço de um ano”.

Fonte – Arquivo Forense (Atualmente está em Jundiaí)

Livros – História de Mogi Mirim e Região

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Vendas em Mogi Mirim

– Banca da Praça Rui Barbosa
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– Papelaria Gazotto – Centro
– Agro Avenida – Av. 22 de Outubro
– Papelaria Carimbo Expresso

Vendas em Mogi Guaçu

– Papelaria Abecedarium – Centro
– Livraria Jodema- Shopping
– Banca da Capela
– Banco do Porta – Av. 9 de abril
– Banca do Toninho – Centro

Túnel do TEMPO
Nas primeiras décadas do Século XX existiam as famosas “cadernetas de fiado”, onde as compras eram anotadas pelos proprietários num registro simples, com valores, data e nome do freguês, num ato de extrema confiança e hoje inconcebível.

Preceitos Bíblicos
“Preste atenção, povo meu. Dê-me ouvidos, gente minha, de mim vem a lei e o meu direito é luz para os povos. A minha justiça está perto, a minha salvação já brotou. O meu braço governará os povos, as ilhas esperam por mim e colocam em meu braço a sua esperança.” (Is 51, 4-5)

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