sábado, novembro 23, 2024
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Como eram os antigos testamentos (parte 2, n° 663)

Padre José (José Maria Cardoso de Vasconcelos): “Meu enterro será feito sem a menor pompa, que não serve para este ou outro mundo. Meu corpo será conduzido ao cemitério por quatro de meus compadres e sepultado no meio do meu finado rebanho”.

Esse testamento foi feito em 1873, oito anos antes de sua morte, que ocorreu em 30 de novembro de 1881. Uma de suas últimas vontades não foi, entretanto, atendida pelo povo mogimiriano, que adorava padre José e julgou que o local adequado para sepultá-lo era no interior da antiga Matriz de São José, da qual foi vigário durante cerca de 36 anos. E assim foi feito.

Monsenhor Nora (Moysés Nora): “Não quero coroas nem flores no meu enterro, mas agradeço todas as orações que por minha podre alma fizerem a esmola de rezar. Peço ao meu testamenteiro, monsenhor Jerônymo Baggio: Celebrar 30 missas gregorianas por minha alma, 4 missas por alma de meu pai José da Silva Nora; 4 missas por alma de minha mãe Maria da Silva Nora; 4 missas por alma de meu irmão, o vigário Manuel da Silva Nora”.

Com relação aos pobres de Mogi Mirim, deixou um conto de réis para distribuição entre eles, sob duas condições: “Que eles rezem um terço por minha alma e não consinto que se dê menos de cem mil réis a cada pobre”.

Capitão Torres (Antônio Dias Torres): “Estando em meu perfeito juízo e entendimento que Nosso Senhor me deu, estando enfermo e temendo a morte, desejando pôr minha alma no caminho da salvação, encomendo minha alma à Santíssima Trindade que a credite e rogue ao Padre Eterno pela morte e paixão de seu Unigênito Filho, e queira receber como recebe a tudo que me deu nesta vida e juro dar o preço Dele, que é a Glória.

Peço e rogo à Virgem Maria, Senhora Madre de Deus e a todos os santos da Corte Celestial, particularmente ao meu anjo da guarda e ao santo de meu nome, queira por mim interceder e rogar ao Senhor Jesus Cristo agora e quando minha alma do corpo sair. Como verdadeiro cristão, procurei viver na Santa Fé Católica de Santa Madre Igreja de Roma. Com essa fé, eu juro salvar minha alma, não pelos meus merecimentos, mas pela santíssima paixão do unigênito Filho de Deus”.

Esse testamento tem mais de dois séculos, tendo sido feito em 15 de novembro de 1787, cerca de um ano antes do falecimento do Capitão Antônio Dias Torres. Os dizeres são dignos de um verdadeiro cristão e com a fé dos velhos tempos.

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