Em geral, era considerado humano o tratamento dispensado aos escravos em Mogi Mirim. Mas, dependia muito da individualidade dos senhores e do trabalho que o escravo exercia. Normalmente o pequeno proprietário tratava bem, principalmente as mucamas e os escravos que viviam na cidade, os quais eram considerados como membros da família. Exemplo disso foi o mogimiriano João Venâncio que libertou seu escravo Brás.
Comovido e agradecido, Brás juntou seus parcos recursos financeiros e no dia 7 de agosto de 1886 ofereceu um pequeno banquete para autoridades de Mogi Mirim, entre eles o Dr. Alexandre Coelho, o advogado e jornalista Dr. João Mendes Jr., o vereador Luiz Matheus Mailasky, o promotor público Dr. João Sertório, o Juiz de Direito Dr. João Gonçalves de Oliveira, o tenente Luiz Quintino de Brito e outros. Quando bem tratado, o escravo mogimiriano retribuía, trabalhando com maior empenho e dedicação, agradecendo ao seu senhor.
Já entre os grandes fazendeiros mogimirianos o tratamento dispensado aos escravos variava. A maioria tratava bem, mas outros deixavam nas mãos de seus feitores e capatazes a administração dos escravos. Nesse caso os proprietários não intervinham e os feitores aplicavam castigos pesados e cruéis, com colocação no trono e aplicação de chicotes nos infelizes negros. Acontece que muitos escravos reagiam a esse tratamento desumano de seus feitores.
Um exemplo ocorreu com os escravos David e Barnabé que, no dia 13 de setembro de 1851, após levarem chicotadas quando trabalhavam numa plantação de cana da Fazenda Engenho do Avary, reagiram e trucidaram a golpes de facão o feitor José Antônio Peixoto Marzagão, que veio a falecer. Por esse crime, David e Barnabé foram enforcados no dia 13 de janeiro de 1852, na forca então existente na Rua Padre Roque (onde hoje tem uma farmácia).
Quando algum escravo fugia, o proprietário contratava o “capitão do mato”, geralmente um ex-escravo, que costumava tratar seus irmãos de raça com ferocidade, após capturá-los. Fugindo para escapar desses atos desumanos, os escravos mogimirianos se aglomeravam em fortificações rústicas denominadas “Quilombos”. Em Mogi Mirim tivemos dois quilombos: Na divisa de Mogi Mirim e Mogi Guaçu e no atual Horto do Vergel, divisa com Itapira.
Esses casos eram exceção, pois a maioria dos escravos eram bem tratados e eles tinham verdadeira adoração por alguns proprietários como o major Antônio Leite do Canto e o padre Roque de Souza Freire (Padre Roque), que foram verdadeiros pais para seus escravos, doando a eles terras e bom dinheiro.
Fonte: Jornais “Gazeta de Mogi Mirim” e “Diário de Campinas”, livro “A escravidão e o abolicionismo Regional”.
Livros – História de Mogi Mirim e Região
Mogi Mirim, nascida da bravura dos paulistas
512 páginas e 42 fotos
A escravidão e o abolicionismo Regional
278 páginas e 56 fotos
Memórias Mogimirianas
260 páginas e 47 fotos
Vendas em Mogi Mirim
– Banca da Praça Rui Barbosa
– Papelaria Silvas Store (Toda)
– Papelaria Gazotto – Centro
– Agro Avenida – Av. 22 de Outubro
– Papelaria Carimbo Expresso
Vendas em Mogi Guaçu
– Papelaria Abecedarium – Centro
– Livraria Jodema- Shopping
– Banca da Capela
– Banco do Porta – Av. 9 de abril
– Banca do Toninho – Centro
Túnel do TEMPO
Em 11 de fevereiro de 1888, na Penha do Rio do Peixe, atual Itapira, foi assassinado, por fazendeiros cafeicultores e escravocratas, o delegado mogimiriano Joaquim Firmino. Esse crime desencadeou uma série de movimentos: protestos e indignação em toda a região, na Província de São Paulo e com repercussão em todos os rincões brasileiros.
Preceitos Bíblicos
“Disse Jesus: “Eu sou a luz do mundo. Aquele que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (João 8,12)