Tenho certeza que alguma vez na vida você já ouviu: “fecha a boca que você emagrece”, “se você quer emagrecer precisa cortar o carbo” ou “tira a janta”. Infelizmente não é assim que realmente funciona.
A nutrição é uma ciência que estuda as relações entre os alimentos e nutrientes ingeridos pelos seres humanos e ainda possíveis estados de saúde e doença. Nesta ciência não há “pode” ou “não pode”, exceto quando você realmente tem uma doença a ser tratada. Precisamos compreender que nutrir nosso corpo vai além de poder ou não poder.
Dia 31 de agosto é o Dia do Nutricionista e eu sempre ouço as pessoas comentando algo do tipo: “você é nutri e não pode comer isto” ou se a comida é saudável, o comentário é do tipo: “só podia ser nutri”. Todos os alimentos têm o seu papel no nosso organismo e ter o equilíbrio é a maneira mais fácil de manter-se em paz com a comida.
Dietas de restrição calórica ou de seletividade alimentar extrema costumam não funcionar em longo prazo, pois não há aprendizado entre saber reconhecer o equilíbrio, muito menos quando há fome ou vontade de comer, o que chamamos de fome real e fome emocional. Além do mais, corre-se o risco de não saber organizar a quantidade dos alimentos excluídos quando reinseridos no dia a dia, sem contar com o risco de desencadear uma compulsão alimentar.
Dietas extremas causam desequilíbrio ao organismo e também à sua saúde mental. Quando você come algo já pensando que aquilo vai impactar de forma negativa no seu corpo, isso realmente impactará, pois a probabilidade de ter um desequilíbrio aí é grande.
Agora, quando você sabe que pode comer de tudo um pouco, organizando a quantidade, a qualidade, a forma pela qual você vai comer determinado alimento, aí tudo muda! Ressalto, com exceção das doenças, todos nós podemos comer de tudo, desde que haja consciência do que se come.
Eu era escrava das “dietas”, achava que só emagreceria se tirasse as coisas da minha vida e isso só me causava mais episódios de compulsão alimentar e sofrimento. Depois que tomei consciência das coisas que eu comia e a forma que comia, isso foi libertador.
Como de tudo hoje, mas não como de tudo todos os dias. Tenho dias certos para alimentos mais calóricos, faço minha parte diariamente, ingerindo na maior parte das vezes alimentos de boa qualidade e em quantidade adequada. Hidrato-me, exercito-me e tudo isso faz parte de uma mudança de hábitos, que me fez fazer as pazes com a comida definitivamente.