Juliana Callado Gonçales*
O WhatsApp é considerado um dos principais meios de comunicação. Se de um lado esse aplicativo facilita a nossa comunicação, por outro ele vem sendo cada vez mais utilizado para a prática de crimes de estelionato e extorsão.
O objetivo deste texto é explicar como esses golpes funcionam e passar algumas dicas para tentar evitá-los. Sequestro do WhatsApp por clonagem do chip ou técnicas de engenharia social. Com um chip novo e os dados pessoais da vítima, o criminoso entra em contato com a operadora de telefonia e solicita a ativação do número da vítima no novo chip. A partir daí o criminoso “assume a identidade da vítima” e passa a pedir dinheiro para os contatos. Quando o chip é clonado a vítima perde o acesso ao seu celular e aplicativos.
Outra forma de assumir a identidade da vítima pelo WhatsApp é através de técnicas de engenharia social para convencer o usuário a passar o código de instalação do aplicativo. Nesse caso, a vítima não perde o acesso do seu telefone, mas apenas do seu WhatsApp.
As principais formas de engenharia social são: oferecimento de brindes através de acessos em links fraudados, sites de vendas falsos, descontos em produtos e serviços falsos, dentre outros.
Como tentar evitar este golpe: não habilitar a verificação em duas etapas via SMS. Prefira aplicativos de tokens de acesso, como Google Authenticator e Authy. Ative a verificação em duas etapas no WhatsApp. Ative também os códigos PIN e PUK do seu chip SIM.
Por fim, tome cuidado com e-mails promocionais e ligações solicitando códigos e senhas. Não é conduta comum das empresas solicitar tais dados. E como agir no caso de ter sido vítima? avise os seus contatos, principalmente familiares.
Criação de perfil fake para solicitar depósito para contatos da vítima: o criminoso acessa bancos de dados e obtém informações sobre a vítima e seus familiares. Em seguida cria uma conta no WhatsApp com a foto da vítima, facilmente obtida em redes sociais. Com esta conta, entra em contato com os familiares da vítima alegando problemas no celular e na conta bancária. Afirma que teve que trocar de celular e solicita depósitos de valores em contas de terceiros.
Nesse caso o celular e o WhatsApp da vítima não são afetados e continuam funcionando normalmente. Como tentar evitar esse golpe? Aumente as configurações de privacidade das suas redes sociais e evite deixar o seu perfil sem limitações de acesso.
Comunique imediatamente os seus contatos, principalmente seus familiares. Denuncie a conta pelo próprio aplicativo e através do e-mail [email protected].
*Juliana Callado Gonçales é sócia do Silveira Advogados e especialista em proteção de dados pessoais