Marco Antonio Augusto Carrasco Bellido
Alopatia é um termo que foi introduzido, em 1810, por um médico alemão, para descrever técnicas de tratamento que seguiam o princípio da cura antagônica (o oposto trata do oposto). Trata-se da medicina chamada hoje de “tradicional”, medicina ocidental, ou medicina baseada em evidências, aplicada na Europa e na América do Norte no início do século 19.
Acreditava-se que as doenças eram um desbalanço de “humores”, e buscavam tratar os seus sintomas corrigindo este desbalanço, em vez de tratar as causas subsequentes. “Não existe prática de medicina correta ou errada, são pontos de vista diferentes”. Esta visão de tratamento de doenças foi se espalhando pelo mundo ocidental e, hoje em dia, mais de 95% das faculdades de medicina seguem estes conceitos.
Esta medicina “tradicional” consiste em utilizar medicamentos que irão produzir no organismo do doente uma reação contrária aos sintomas que ele apresenta, a fim de diminuí-los ou neutralizá-los. Por exemplo: se o paciente tem febre, o médico receita um remédio que faz baixar a temperatura.
Ao mesmo tempo poderá introduzir uma droga (antibiótico, por exemplo) que trate a causa da febre (por exemplo, infecção bacteriana). Porém, esta prática convencional é vista por algumas correntes da medicina como apenas tratamento dos sintomas das doenças (oposto pelo oposto), ignorando a desarmonia da doença subjacente à segmentação.
É uma prática convencional nas faculdades de medicina estudar o corpo humano e suas patologias e, consequentemente, suas linhas de tratamento de uma forma segmentar. Por exemplo, quando estudamos o sistema cardiovascular, focamos na histologia, anatomia, fisiologia, fisiopatologia, tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos, fazendo uma imersão no tema.
Logo somos avaliados sobre tudo isso e assim sucessivamente acontece com os outros sistemas do corpo humano: respiratório; neurológico; digestório e assim por diante. Ao final do curso teremos o conhecimento de cada um dos sistemas que integram o corpo humano, porém não temos uma visão integrativa do nosso corpo.
Esquecemos que todos nossos sistemas corporais tem interligações uns com outros e que alguns distúrbios gastrointestinais, por exemplo, podem influenciar na aparição de sintomas cardiovasculares ou em outros sistemas. Este tipo de associação, em que existe esta observância de integralidade, “corpo humano, como um conjunto de sistemas orgânicos integrados em harmonia total e dependente um do outro” e a visão da medicina integrativa.
Saúde = ausência de doença
Muitas vezes somos avaliados por perguntas direcionadas pelo médico, a fim de saber nosso estado de saúde atual, por exemplo: qual o motivo da consulta? apresenta algum sintoma? algo está incomodando? Quando não é achado nada suspeito, podemos também ser avaliados por uma série imensa de exames laboratoriais.
Quando nada é encontrado, muitas vezes somos orientados a retornar para casa e procurar ajuda médica caso apareça algum sintoma ou sinal de doença. Ou, simplesmente retornar após alguns meses para reavaliação, novamente com as mesmas perguntas iniciais ou, eventualmente, mais exames.
A medicina integrativa enxerga que saúde não significa simplesmente não estar ou não se sentir doente, vai além. Busca, através do contato íntimo com o paciente, conhecer quais são os hábitos de vida; estimular as mudanças necessárias destes hábitos; estimular o conhecimento do paciente através de mensagens claras e precisas, afim de que entenda como o seu próprio corpo trabalha, para que se torne o protagonista da sua saúde, buscando diminuir a incidência de doenças crônicas debilitantes (medicina do estilo de vida)
Prevenção/Detecção precoce
São oferecidas campanhas para detecção precoce do câncer de mama, colo de útero e próstata, em que são realizados exames invasivos e não invasivos para saber se, nesse momento, apresentamos alguma lesão suspeita que indique algum problema maior. Quando nada é detectado, somos orientados a fazer esse mesmo teste um ano depois. Isso é muito importante, mas não é suficiente.
A medicina integrativa estabelece alguns conceitos, como o conceito do “terreno biologico”, introduzido por um bioquímico americano, prêmio Nobel, professor Linnus Pauling, em que estabelece que nosso corpo é um terreno altamente especializado, mas que pode sofrer alterações, dependendo de nossos hábitos de vida (alimentação, hidratação, atividade física; horas de sono, entre outros), podendo levar a um processo inflamatório crônico generalizado, causador de alterações biológicas, propriciando uma série de alterações em nosso corpo como: hipertensão arterial, diabetes, mal de Alzheimer, infarto do miocárdio; acidente vascular cerebral (AVC), câncer, entre outros, que é resultado de um estilo de vida inadequado e que nós mesmos fabricamos.