Não se pode negar o amor e a dedicação que uma parcela do mogimiriano possui pelo município. Sejam os de mais idade, que acompanharam capítulos ímpares na história da Cidade Simpatia, ou as mais recentes gerações, que com orgulho mantêm acessa a paixão pela cidade. Essa empatia existe, mas é vista em uma minoria, fazendo muitas causas nobres ficarem frágeis.
Exemplo claro é o Mogi Mirim, única agremiação profissional da cidade, responsável por galgar o nome da cidade nos quatro cantos do país. Mergulhado em sua pior crise da história, sucumbe a uma administração horrenda de Luiz Oliveira, sucessor de Rivaldo, que aprontou das suas ao dilapidar o patrimônio do clube visando resgatar o investimento. Com péssimo relacionamento com os torcedores e a cidade em geral, a equipe gestora de Luiz permite momentos degradantes, como o WO por salários atrasados, brigas com torcedores e uma soberba invejável, embasada em um discurso manipulador, capaz de fazer a cabeça de muitos, mesmo diante de uma gestão desastrosa.
O mais incrível é que, mesmo diante disso, o mogimiriano parece não abraçar a causa. Assim como em episódios fora do esporte, o mais recente na política, quando mesmo sob uma administração caótica do ex-prefeito Gustavo Stupp, o mogimiriano não atuou como deveria, mostrando claramente que o sentimento de amor pela cidade pouco existe.
Não é visto um engajamento. Caso houvesse uma mobilização em massa, a situação poderia ser diferente não apenas na Política e Esporte. No caso do Mogi, a cidade permaneceu adormecida durante um bom tempo, acomodada com o sucesso na gestão de Wilson Barros, mas agora, com a “bomba Luiz Oliveira” parece desejar resolver tudo de uma hora para outra. Se muitos do que agora desejam atuar no Mogi já estivessem lá antes, talvez poderiam ter abortado a fase de derrocada.
Neste ponto, Barros e Rivaldo, embora um aumentando o patrimônio do clube e o outro dilapidando, contribuíram negativamente ao não terem aberto o Mogi de forma ampla à comunidade enquanto comandavam, afastando assim clube e cidade. Ainda assim, mesmo no cenário caótico, há pouca mobilização para salvar o Sapo.
O fato de o Mogi possuir uma torcida pacífica é positivo por não haver uma cobrança violenta, como em clubes do interior, a exemplo de Ponte Preta e Guarani, e potências do futebol nacional, mas não se pode confundir paz com passividade. Vivemos em uma cidade em geral passiva, que pouco luta por suas bandeiras.
A comunidade precisa se engajar não apenas quando as coisas estão mal, mas sim a todo instante, pois a qualquer momento a situação pode ruir e mudar radicalmente de figura. A comunidade precisa ter o Mogi como exemplo, identificando não apenas o que está agonizando e sim participar sempre. A cidade será outra quando o comprometimento falar mais alto.