Para o secretário de Saúde, Gerson Rossi Junior, a contratação de médicos por meio de concurso público não resolverá os problemas enfrentados na saúde no município. “Não acredito que a tendência é fazer concursos. Sinceramente, não vejo essa possibilidade para resolver o problema da saúde”, disse, em resposta a um questionamento sobre a contratação de profissionais através do Consórcio Intermunicipal de Saúde Oito de Abril.
O secretário, na audiência pública na noite de quarta-feira, completou dizendo que atualmente, todos os médicos são pessoas jurídicas e que isso é uma tendência mundial. “É muito difícil contratar através de concurso público. Tenho certeza que se subirmos 100% a base salarial da categoria, não teremos interessados. Além disso, arrumaríamos um problemão com o funcionalismo”.
Mesmo assim, no próximo semestre, um novo concurso para profissionais da saúde será feito, já que a lista de interessados já foi esgotada e o município deve fazer esses concursos a cada dois anos. Gerson acredita que uma mudança na cultura dos usuários é necessária, para que o município possa atuar na prevenção das doenças.

“As pessoas adoram fazer exame, passar por um especialista. É uma questão cultural”, disse, completando que todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS) deverão ser reformadas, para oferecer serviços de atendimento básico. “Não adianta investirmos em atendimento de urgência. Hoje tratamos de doença e não de saúde”, afirmou Gerson.
Contratações
Ainda na audiência, representantes do Conselho Municipal de Saúde criticaram a contratação de profissionais pelo órgão intermunicipal. “O consórcio é para oferecer serviços de média e alta complexidade e não para coisas corriqueiras como médicos pediatras e clínicos gerais”, considerou o conselheiro Ederaldo Moreno. Além disso, o município contratou diversas recepcionistas através do consórcio.
O secretário de Saúde disse que já conseguiu diminuir consideravelmente a dependência dos serviços oferecidos pelo órgão e justificou a contratação das recepcionistas, dizendo que esse é um dos maiores problemas das UBS. “Não temos mais gente para chamar pelo concurso. Estávamos colocando enfermeiros ou agentes de saúde para atender, mas essa não é a função deles”. Hoje, são 19 atendentes, contratadas como auxiliares administrativos.