Em meados do séculos dezenove, Mogi Mirim era considerada uma das mais importantes cidades paulistas. Tanto em população com em grandeza econômica e social.
No dia 17 de julho de 1849 a Câmara Municipal de Mogi Mirim realizou sua 3ª reunião ordinária no ano, presidida pelo Dr. José Alves e com a presença dos vereadores Dr. Manuel Bento Guedes de Carvalho, Dr. José Alves do Santos, Antonio Joaquim de Freitas Leitão, Antonio Pinto Lima, Manuel Netto de Oliveira, Tenente Coronel João Gonçalves dos Santos Cruz, Antonio Gonçalves Mamede, João Carlos Torriani e Monsenhor João José Vieira Ramalho.
Na oportunidade, além de diversos assuntos, foi lida portaria do Presidente da Província de São Paulo, Vicente Pires da Motta, contida no “Periódico Governista” e onde vinha impressa a Lei Provincial nº17, datada de 3 de abril de 1849 e com os dizeres seguintes:
“Art. 1º – Ficam elevadas à categoria de CIDADES e com as mesmas denominações, as villas de Bananal, Mogy Mirim, Pindamonhangaba e Jacarehy.
Art. 2º – Fica igualmente elevada à cathegoria de CIDADE a villa de Iguape, com a denominação de cidade do Bom Jesus da Ribeira. Revogadas as disposições em contrário.”
A Câmara Municipal de Mogi Mirim tendo em vista essa determinação do governo paulista tomou duas providências: publicar editais e que seriam afixados pelas ruas, praças e edifícios das igrejas, do fórum e cadeia; convidar-se os dois vereadores suplentes mais votados a tomarem assento como membros efetivos da Câmara, que assim passou a contar com nove vereadores ao invés dos sete anteriores.
Em suma, a referida lei estadual teve o objetivo principal de reconhecer Mogi Mirim como uma das 12 mais importantes do território paulista. Também outorgava à nossa terra o privilégio de o número de vereadores ser aumentado de 7 para 9.
Convém ressaltar que todas as demais povoações paulistas possuíam a denominação de “VILLAS”, isto é, menos importantes que as “CIDADES”. Eram consideradas na época como villas, Bragança Paulista, Limeira, Rio Claro, Campinas e dezenas de outras. Portanto, foi um privilégio glorioso e significativo para Mogi Mirim ser elevada à CIDADE.
Essa esplendorosa distinção foi motivo para a cidade comemorar com as maiores festividades em 3 de abril de 1949, o “1º Centenário de Fundação de Mogi Mirim!” Na ocasião foi inaugurado o obelisco comemorativo à data, situado na Praça Rui Barbosa e defronte o Cine São José. Erroneamente, essa data de 3 de abril de 1849 foi comemorada por cerca de 20 anos como sendo a de “Fundação” de Mogi Mirim!!! No 3 de abril desfiles eram realizados, discursos proferidos e grandes festividades realizadas, professores ensinavam aos alunos a importância dessa data, era feriado municipal e conforme a lei nº 603 de 20 de abril de 1967:
“Faço saber que a Câmara Municipal aprovou e eu sanciono e promulgo a seguinte Lei: Art. 1º – São os seguintes os feriados municipais: 19 de março (dia de São José, padroeiro de Mogi Mirim); Sexta Feira Santa (festa móvel); Corpo de Deus (festa móvel); 3 de abril (dia da fundação de Mogi Mirim).
Assinado: Luiz de Amoedo Campos, Prefeito Municipal.”
Foi o primeiro engano comemorativo da “data de fundação”. O segundo veio em 1º de abril de 1969 (significativamente, o Dia Mundial da Mentira!) e quando novamente foi alterada a data de “fundação” para 22 de outubro, conforme a lei nº683. Até quando vão ignorar a verdadeira data de FUNDAÇÃO, 1º de novembro de 1751?
Túnel do Tempo – 31 de dezembro de 1944 – Nessa época, há 70 anos, Mogi Mirim possuía 46.541 habitantes. Seu território abrangia 1.260,5 km², com média de 37 habitantes por quilômetro quadrado.
Preceitos Bíblicos – “Cristo é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois, por causa dele, foram criadas todas as coisas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, tronos e denominações, soberanias e poderes. Tudo foi criado por meio dele e para ele”. (Colossenses 1,15-16)
Legenda da foto – Obelisco comemorativo ao 1º Centenário de fundação da cidade de Mogi Mirim”. Foi inaugurado em 3 de abril de 1949, pelo prefeito João Missaglia e com grandes festividades. Situado na Praça Rui Barbosa, ao lado do Coreto.