No artigo de hoje, menciono fatos e acontecimentos que serão recordações para leitores com mais de 60 anos e para os mais jovens servirão para conhecer a Mogi Mirim dos anos 1940, 1950 e 1960.
Durante a época em que ainda circulavam os trens de passageiros da Companhia Mogiana e faziam parada em Mogi Mirim, os viajantes costumavam lanchar no Bar da Estação, de Oscarlino Massucci. Tomar um cafezinho, comer um pastel ou lanche, salgadinhos ou doces, era indispensável após horas de viagens pelas cidades interligadas pela Mogiana.
Oscarlino e Yolanda Piccolomini Massuci, sua esposa, eram gentis atendentes e faziam de seu comércio um atrativo para os frequentadores do bar. Eram tios de meu pai, pois Yolanda tinha como irmã minha avó, Maria Carolina Piccolomini, conhecida por Mariquinha. Devido esse parentesco, muitas vezes lanchei no Bar da Estação gratuitamente! Um dos filhos do casal, o Dinho Massucci, foi meu grande e colega no Tiro de Guerra no ano de 1953.
A Casa Jannuzzi foi pioneira no comércio de materiais de construção em Mogi Mirim e, além disso, vendia artigos para presentes, louças e porcelanas. Situava-se à Rua Conde de Parnaíba e tinha um transporte interno bastante curioso, com uma carreta sobre trilhos transportando as mercadorias!
Alcancei um tempo de grande rivalidade esportiva entre o Colégio Estadual, hoje Instituto de Educação Monsenhor Nora, e a Escola Técnica de Comércio. No futebol, principalmente, desenrolavam-se partidas disputadíssimas e com a vibrante torcida desses estabelecimentos de ensino, mas sem brigas ou maiores confusões.
Há mais de 50 anos, nos bailes do Clube Recreativo e Grêmio Mogimiriano, o brilhantismo musical ficava a cargo da Orquestra Recreio de Mogi Mirim, dirigida pelos músicos Luiz Morais e Jordão Andrade. Um de seus destaques era o “crooner”, Heraldo Alvarenga, com sua voz melodiosa e marcante.
O Municipal Hotel ficava localizado à Praça Rui Barbosa, sendo o mais central estabelecimento do gênero em Mogi Mirim. O local hoje é ocupado pela agência do Banco do Brasil. Tinha como proprietário Toninho Martins e o hotel era o mais frequentado da cidade, ponto obrigatório principalmente dos viajantes que escolhiam Mogi Mirim como “pião” de seu roteiro comercial.
No inicio da Praça Floriano Peixoto, o popular Jardim Velho, nos anos cinquenta existiu um estacionamento de carros de aluguel, o “Ponto de Biribas”. Biribas era como o povo denominava os antigos táxis de pequeno porte. A tabela de preços era a seguinte: Corrida no centro da cidade- Cinco mil réis; nos bairros – dez mil réis; Viagem para Mogi Guaçu – 20$000; para Itapira – 50$000; para campinas- 150$000 e para São Paulo – 530$000 (Quinhentos e trinta mil réis).
É curioso observar que, embora Mogi Mirim possuísse cerca de meia centena de motoristas de praça, apenas cerca de meia dúzia deles se aventurava a enfrentar o trânsito da capital paulista, ou viagens de maios percurso, como Rio de Janeiro, Curitiba, Belo Horizonte e outras cidades!
Túnel do Tempo: no dia 17 de julho de 1952, durante as comemorações do centenário da Comarca Judiciária de Mogi Mirim, foi inaugurado o Posto de Puericultura Nicolino di Próspero, instalado em uma das alas da Santa Casa de Misericórdia. Na ocasião, usou da palavra e enaltecendo a obra, o jornalista e senador Assis Chateaubriand.
Preceitos Bíblicos: “Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com os preceitos divinos. Repito, chorando, há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas. (São Paulo aos Filipenses, 3, 17-19).
Legenda da Foto (422/01)
O Bar Massucci, de Oscar Massucci e Iolanda Piccolomini Massucci, funcionava anexo a estação da Companhia Mogiana e era ponto obrigatório dos passageiros nas idas e vindas dos trens. Foto de 1949.