Faltam poucos dias para as sessões do Poder Legislativo chegarem ao fim, término que também marcará a sepultura de algumas trajetórias políticas. Enquanto isso, a Câmara de Vereadores vive um clima de marasmo após as eleições municipais.
Muitos colocaram o pé no freio. Os discursos já não são tão mais acalorados e o papel de legislar parece ter sido colocado bem no fundo da gaveta, principalmente agora, em tempo de reta final.
Parlamentares se comportam como se estivessem contando os segundos para o fim, tamanha a apatia. Exemplo dessa postura ficou evidente com a presença da secretária de Saúde na sessão de segunda-feira. Convocada, Beatriz Gualda compareceu para dar explicações sobre a falta de insumos e atendimentos para pacientes. No entanto, pouco se aproveitou da oportunidade. Até mesmo a própria secretária indagou se não seria questionada pelos edis.
Fora o próprio vereador que elaborou o requerimento da convocação, boa parte dos colegas não apresentou interesse em perguntar algo sobre o assunto. Já que os secretários de Gustavo Stupp (PDT) são pouco acessíveis à população, esse não seria o momento certo para que os parlamentares representassem a sociedade na Câmara?
O vereador é o político que deve estar mais próximo dos cidadãos, entendendo os problemas da cidade e buscando soluções. Dessa forma, ele deve entender as necessidades das diversas classes e representá-las politicamente, além disso fiscalizar os atos da Prefeitura em relação aos recursos aplicados, o que é uma das atribuições mais importantes do cargo.
Durante os quatros anos da gestão Stupp, a ida de um secretário municipal ao Plenário sempre foi uma dificuldade porque a base favorável ao governo blindava esse encontro do Executivo com o Legislativo, mantendo esse distanciamento entre os poderes. Contudo, quando a convocação é aprovada por todos, o que é positivo e amparado pelo artigo 24 da Lei Orgânica do Município (LOM), os parlamentares deixam a desejar.
Na maioria das vezes, o que muito se ouve são falas sem fundamentos, a famosa crítica pela crítica. Volta e meia, a tribuna livre vira palanque e local de encenação teatral. Embora a jornada termine para 12 dos 17 vereadores, não é aceitável que, mesmo de saída, eles mantenham uma postura de desmazelo, afinal são remunerados para tal função.
Se os parlamentares não servirem como canalizadores de denúncias e reclamações para o Poder Público, qual o objetivo de ocuparem uma cadeira? Fica a pergunta para os reeleitos e eleitos que comandarão a Casa de Leis nos próximos quatro anos.