Trinlinlin… trilinlin…
– Alô.
– Arô. Aqui é o colona chinês, seu plimo. Tudo bem por aí colona blasileiro?
– Oi primo, por aqui, no Brasil, está ótimo. Não poderia estar melhor, se melhorar estraga, sabe… E por aí, na China?
– Ah plimo colona, por aqui a vida não tá nada fácil não viu.
– Como assim? Não entendo. Você infectou o mundo todo e a China, pelo que sei, tem zoinho puxado saindo pelo ladrão. Imagino que seja bem mais fácil pegar o povo aí né?
– Pelo contrálio. Aqui, o governo decletou lockdown, fechou tudo e, ainda por cima, o povo respeitou a decisão. As pessoas andam de máscaras, respeitam o distanciamento, usam álcool em gel – ah, isso é a morte pra nós. Não consigo pegar mais ninguém. Tá um tédio só.
– Ah, aqui no Brasil, tá uma festa. Nosso presidente não está nem aí pra nós, finge que não existimos. Alguns governadores e prefeitos decretaram lockdown também, mas é a mesma coisa que nada. Ah, o brasileiro gosta de festa. Todo final de semana tem um monte. Só escolher. Aqui, as pessoas usam máscaras no queixo, no pescoço, quase nunca na boca e nariz. Parece até, primo, que eles gostam de pegar a gente.
– Jula? Verdade?
– É sim. Vem pra cá. Vou apresentar uns parentes nosso na Amazônia. Estão se espalhando para o Brasil todo e querem dominar o mundo, assim como vocês chineses. Rssss.
– Mas e a vacinação aí? Vai acabar com a gente hem?
– Está tão lenta que dá até pra tirar um cochilo. Aqui, os governantes estão mais preocupados com as eleições de 2022 do que com a gente. E o povo brasileiro, pra variar, vai empurrando com a barriga
– O quê? Baliga? Que significa?
Tum. Tum. Tum.
Por hoje, só sexta que vem.