Quando crianças, todos brincamos de corrida de três pernas. Nesse tipo de corrida, duas pessoas correm com uma perna amarrada à da outra. O que determinará a vitória não é a velocidade de uma delas, mas a coordenação das duas, pois nessa brincadeira nenhuma delas corre somente com as próprias pernas, mas depende da perna ou das pernas da outra. A verdade é que as duas precisam aprender a se coordenar de forma que uma compense a falta da outra.
Isso não é simples, pois, apesar de ambas quererem a mesma coisa, que é a vitória, dificilmente se encontram duas pessoas com a mesma altura, velocidade, ritmo, etc.
Quem já assistiu a uma corrida dessas sabe quão engraçada ela é, principalmente por causa dos tombos. Alguns, depois de caírem várias vezes, desistem, achando que será impossível terminar. Outros correm o tempo todo reclamando do parceiro, como se a culpa sempre fosse dele. Há ainda os que resolvem correr sozinhos e, desconsiderando os princípios que regulamentam a corrida, abandonam o parceiro; é interessante como eles ficam surpresos quando descobrem que foram desclassificados.
Há também os que procuram mudar de parceiro unindo-se a outro que também se considera prejudicado pela escolha do parceiro. Esses também acham que conseguirão chegar vitoriosos. Todavia, há os que perseveram; caem também, mas se levantam, buscam juntos onde erraram e, lá vão eles novamente, em direção ao alvo. Nesse tipo, e corrida, a vitória só pode ser obtida a dois.
Caro leitor, assim é o casamento! Quando nos casamos, entramos numa corrida, não individualmente, mas com “a perna amarrada à perna” de alguém. É bom verificar como estamos correndo. Temos caído? De quem é a culpa? (Será que interessa saber? Será que não caímos juntos?). Onde está o problema? Pode ser que o problema esteja exatamente naquilo que une um ao outro.
Se for apenas atração física, um dia irá acabar; se forem laços culturais, sociais ou mesmo objetivos comuns, um dia irão se desgastar. Mas se estiver unidos em Cristo e para Cristo, ainda que venham a tropeçar ou até mesmo cair, certamente terão forças para levantar e prosseguir juntos.
A sabedoria bíblica diz: “É melhor serem dois do que um (…) porque se caírem, um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só, pois, caindo, não haverá quem levante (…). Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se arrebenta com facilidade”. Eclesiastes 4:9,10-12.
Que Deus dê essa sabedoria aos jovens para um bom entendimento do que é casamento e sabedoria aos casados para continuarem unidos e felizes para sempre, mesmo em meio às adversidades.
Bispo Vilmar Dacampo – Nascido em Erechin-RS, formado em Teologia, é ex-comerciante e tem 29 anos de pastorado