A sensação ou sentimento de não estar protegido, seguro, é unanimidade entre os moradores de Mogi Mirim, sejam eles da área urbana ou rural. São frequentes os casos de furto e, principalmente, roubo à mão armada que vêm apavorando a população. Tem sido comum nas redes sociais os relatos de pessoas que diariamente são vítimas de ações criminosas. Os depoimentos, na maioria das vezes, são grandes desabafos que expressam o quão caótico se apresenta o cenário da segurança pública.
É fato que há pouco efetivo nas ruas. A Polícia Militar (PM) e a Guarda Civil Municipal (GCM) precisam se desdobrar com os poucos recursos que dispõem para dar conta de patrulhar o município todo. O que contribui para intensificar esse cenário, já visivelmente frágil, é a crise econômica e financeira que atravessa o Brasil.
Com o desemprego em alta, a criminalidade, consequentemente, aumenta. O problema da crise, nesse caso, só ressalta uma estrutura que é há muito tempo deficitária. Dessa forma, a violência, que sempre esteve presente no dia a dia de todo cidadão, só tende a ficar mais latente.
Por exemplo, a penitenciária feminina, localizada em Mogi Guaçu, tem capacidade para 726 mulheres detentas, mas comporta hoje 1200. O número, divulgado pela vereadora Maria Helena Scudeler de Barros (PSB), na sessão de Câmara, mostra o quanto cresceu a participação feminina nos crimes em geral.
Recentemente, os assaltos a propriedades rurais, sempre com muitos reféns, e residências, têm chamado a atenção. Agora, o que há tempo não se via, voltou a ocorrer na cidade. Os roubos a bares, verdadeiros arrastões, foram cinco em menos de um mês. Em todos os casos, as ações do criminosos foram bem semelhantes. Eles chegam ao local em grupo, geralmente mais de dois, armados e encapuzados, fazem um número significativo de reféns e roubam os proprietários e clientes.
Outro agravante da insegurança, e que inclusive é objeto de investigação do Ministério Público (MP), é a falta de recursos humanos da Polícia Civil. Segundo os promotores de Justiça, diante do número elevado de inquéritos vinculados à Polícia Judiciária, são poucos aqueles em andamento que resultam no desfecho da autoria dos crimes, por exemplo, os de roubo.
Por isso, o MP vai apurar a eventual omissão do Estado de São Paulo na adequada prestação do serviço de segurança pública na cidade. Não há como atribuir a culpa só ao Município ou somente ao Estado. A conta tem que ser dividida e a segurança garantida. O povo não pode ficar mais à mercê dos criminosos.