As críticas do presidente do Mogi Mirim Esporte Clube, Rivaldo Ferreira, disparadas contra os vereadores que compõem a Câmara Municipal em entrevista coletiva, no final de junho, não caíram bem dentro do Legislativo. Magoado pela aprovação de uma lei que torna o clube patrimônio histórico e cultural da cidade, após projeto de lei apresentado por Luiz Guarnieri (PT), Rivaldo não poupou os vereadores, que contra-atacaram na sessão da última segunda-feira. Uma mescla de consternação e mágoa ao mandatário do Sapo pôde ser vista durante discursos no plenário.
Em sua entrevista, Rivaldo, dentre inúmeras afirmações, disse que a lei poderia prejudicar o Mogi no aspecto financeiro e, que tanto os vereadores quanto a Prefeitura poderiam ajudar o clube de forma mais prática, como por exemplo, colaborar na promoção de troca de leite por ingressos, medida adotada pela diretoria na busca por maior público dias antes da partida contra o Vitória-BA, em 13 de junho. O comentário foi rebatido por Dayane Amaro Costa (PDT). Em sua opinião, o papel dos vereadores não é distribuir alimentos para a população. A ação, para ela, poderia ser caracterizada como compra de votos. O fato de Rivaldo não ter comparecido à Câmara prestar esclarecimentos sobre o clube, no ano passado, também foi motivo de crítica por parte da vereadora.
Ligado ao esporte municipal e com participação como atleta de futebol amador em diversos clubes, Daniel Gasparini dos Santos (PV) não concordou com a mágoa do presidente. “O que o Rivaldo é hoje se deve ao Mogi. Precisa ter mais respeito com a Câmara, os vereadores e o povo”, cutucou.
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E as reclamações não pararam por aí. Autor do projeto, o vereador Luiz Guarnieri (PT) considerou as falas do ex-jogador lamentáveis, e que o discurso do presidente em sua chegada ao Mogi Mirim não condiz com atitudes tomadas por ele, como a não preservação do patrimônio do clube. “Não queremos brigar com ele, nós queremos o crescimento do clube. Temos que nos preocupar com o patrimônio dessa cidade”, analisou.
Luizinho não acredita na tese defendida pelo presidente, de que não tinha a pretensão de tirar o Mogi da cidade. “Por que ficou bravo então”, indagou.
Mais incisivo, o vereador Waldemar Marcúrio Filho, o Ney (sem partido), atacou o presidente. Disse não ter vontade de conhecê-lo, afirmou que Rivaldo desmereceu os vereadores e pediu até para saber o nome dos juízes consultados pelo presidente, que questionaram a validade da lei, segundo Rivaldo disse em sua entrevista.
“Ele desmereceu sim a esses vereadores aqui. O mínimo que o Rivaldo deve a esta Casa de Leis é respeito. Gostaria que ele apontasse o juiz que deu esse parecer para ele”, alfinetou.