Respeitáveis leitores, senhoras e senhores, abrem-se as cortinas. Vai começar mais uma temporada de espetáculos na Câmara Municipal. É segunda-feira, dia 3. A volta das sessões legislativas. Expectativa de muito trabalho este ano, que é ano eleitoral.
Vai ter debates acalorados? Vai, sim senhor. Vai ter bate-boca? Vai, sim senhor. Vai ter humor? Com certeza. Votação de projetos interessantes? Algumas. E de projetos eleitoreiros, aqueles feitos para não saírem do papel? Também.
É ano de eleições, é ano de dar nome de ruas a rodo. É ano de criticar por criticar, como se já não fizessem isso o tempo todo. É ano de muitos lobos se vestirem em pele de cordeiro. A alcateia está a solta e vai buscar o seu voto. Que bom seria se fosse o contrário – o povo lotando as galerias da Câmara toda segunda à noite, analisando quem é quem.
Muitos vão querer ser lembrados pelo que não fizeram, outros pelo que gostariam de ter feito. Todos tentam deixar uma boa impressão, mas deveriam mesmo serem lembrados pela coerência dos atos e discursos ao longo dos anos.
Porque não adianta ser campeão de indicações ou de requerimentos ao Executivo se for para ficar só no papel, se não for para sair do conforto do gabinete climatizado. Esperemos que o povo saiba quem gasta sola de sapato não só a cada quatro anos. Porque neste ano eleitoral o que mais vai ter é lobo saindo da toca.
Mas um fato que pode ser decisivo para as pretensões dos atuais 17 e ficar na lembrança dos eleitores será, sem dúvida, o julgamento do caso da “rachadinha” do vereador Samuel Cavalcante (PR). Ele é acusado de apropriar-se de parte do salário de um ex-assessor, o que pode render-lhe a cassação do mandato, se os colegas entenderem assim.
Enfim, um ano que promete ser bastante agitado lá pelos lados da Dr. José Alves. Fiquemos de olhos bem abertos.
Por hoje, só sexta que vem.
