Respeitáveis leitores, já imaginaram uma eleição municipal com menos da metade de votos válidos. Hoje somos 70 mil cadastrados. Mas 18% destes – quase 13 mil – podem ser impedidos de votar porque não fizeram a biometria. Dá para regularizar a situação até 6 de maio. E ainda tem aqueles cerca de 20 e poucos por cento que nem se dão ao trabalho de sair de casa no dia de eleição. E olha que vivemos num país que nos obriga ao sufrágio. E ainda tem aqueles que vão votar, mas não votam. Preferem o branco ou o nulo. Estes somam uns 20% também.
Ao todo, podemos jogar fora na lata do lixo mais de 40 mil votos neste 2020. O cenário é hipotético. Porque poderão argumentar que aqueles cerca de 20% de ausentes, que é uma média histórica, são os mesmos que até agora nem se deram ao trabalho de ir ao Cartório Eleitoral cadastrar suas digitais. Daí, o número de votos inválidos cairia para a casa dos 40% ou um pouco menos. Mesmo assim, ainda um número alto de votos perdidos.
Pior seria se a escolha daqueles que administrarão nossa cidade e nos representarão por mais quatro longos anos fosse facultativa. Uma prova concreta da falta de interesse político dos eleitores foi a eleição recente para o Conselho Tutelar. Menos de mil votantes, número inferior a 1,5% do total de eleitores.
Neste cenário hipotético, com 40% dos votos válidos, quantos votos seriam necessários para eleger o prefeito? Na última eleição, Carlos Nelson saiu vencedor com 16.423 votos de um total de menos de 60% de votos válidos. Uma projeção válida para o nosso cenário hipotético atingiria a casa 13,5 mil votos para sair vitorioso.
E para assumir uma cadeira no Parlamento Municipal. André Mazon, o vereador menos votado, conquistou 389 votos. Talvez não precisasse mais do que 315 votos hoje. Se bem que as regras para eleição de vereador mudaram e a história vai ser outra e vai ficar para a próxima.
Por hoje, só sexta que vem.