Respeitáveis leitores, com base no artigo 90 do Regimento Interno da Câmara deu-se o rito de abertura de Comissão Processante para julgar o relatório do Conselho de Ética da Casa que aponta indícios de conduta-crime, no caso da rachadinha de salário envolvendo o vereador Samuel Cavalcante (PR).
André Mazon (PTB), segundo secretário da Mesa Diretora, subiu à tribuna, leu o relatório, citando provas materiais, como áudios e mensagens de texto contra o réu, e testemunhais, bem como a defesa do acusado de improbidade administrativa.
Então o relatório volta para o presidente da Câmara, Manoel Palomino. Ele faz a consulta ao plenário se abre ou não a CP. Tiago Costa (MDB) pede que essa votação seja nominal. Um a um chega-se a 15 “SIM”, uma abstenção, do próprio Samuel, e uma ausência, do vereador Gerson Rossi Júnior (Cidadania).
Aprovada a criação da Comissão, chega a hora de sortear três integrantes entre os desimpedidos presentes. As cédulas com os nomes de 14 vereadores são colocadas na urna, sob fiscalização de Tiago Costa e Magalhães (PSD).
Momento de tensão.
Muitos não conseguiam esconder o desejo de não querer fazer parte dessa CP. Afinal, não é nada confortável ter de apontar o dedo a um colega, correndo sério risco de indicar sua expulsão no final do processo. Mas, como diz o ditado, quem não deve, teme.
Palomino se encarrega de tirar os nomes da caixinha de madeira. São eles: Jorge Setoguchi (PSD), que fez cara de “sobrou pra mim”, Maria Helena Scudeler de Barros (PSB), que agiu com naturalidade, e Magalhães, que não escondeu a frustração: “Se fosse uma rifa, não teria ganho”, disse com um sorriso amarelo.
A CP terá, portanto, dois vereadores do PSD, que são da situação, assim como o réu, e dois que já trabalharam no caso no Conselho de Ética e que assinaram o relatório final indicando a cassação de mandato do Samuel. Final previsível? Que comece a peleja.
Por hoje, só sexta que vem.