Respeitáveis leitores, sejamos sinceros e vamos direto ao ponto: pra quê serve partido político no Brasil? Temos 33 legendas registradas e vem a 34ª por aí, o Aliança do presidente Bolsonaro. Mogi Mirim tem 19 siglas ativas, que podem lançar candidatos a vereador este ano. São 19 ideologias diferentes?
Deveriam servir como base de um pensamento comum de um determinado grupo da sociedade brasileira. Mas, na verdade, servem mesmo é de barriga de aluguel para os políticos. Bolsonaro que o diga. Usou o PSL como tal para virar presidente da República. Depois cuspiu no prato que se fartou.
O que tem Bolsonaro de social-liberal? Nada. Está mais para conservador com viés autoritário.
Os partidos também não são mocinhos nessa história. Pois usam a fama de candidatos-estrelas para fazer brilhar sua marca. Foi o que aconteceu com o PSL, por exemplo. É uma via de mão dupla, que o quê vale é a conveniência eleitoreira.
Esse negócio de ideologia partidária, ética política, histórico, nada disso é levado em conta na hora de escolher qual facção ingressar ou quem vou chamar para o meu grupo. Na grande maioria das vezes.
Agora com a mudança nas regras eleitorais para a eleição proporcional, sem que haja coligações entre as legendas, vai ser cada um por si. E cada partido terá de atingir um certo número de votos – estima-se uns 3 mil –, senão está fora.
E tem candidato que sabe que se ficar onde está não vai conseguir se reeleger. Vai ter de fazer troca-troca. Mas, esses políticos terão de pensar bem para onde vão. Por que não adianta cair no colo do grupo mais forte, se não for pra ser top 3. E de nada vai valer ir pra um partido onde será campeão de votos, sabendo que essa casa não atingirá o coeficiente.
Em março abre-se a janela para o troca-troca partidário, e vai ser uma festa. Porque depois do Carnaval vem a busca pela barriga de aluguel ideal para as pretensões particulares dos candidatos. Por hoje, só sexta que vem.