Por Anderson Mendes
A Câmara Municipal aprovou esta semana projeto de lei do prefeito Carlos Nelson Bueno que aumenta em mil reais o repasse para o PAFE (Programa de Apoio Financeiro Escolar) para 2020, que varia de R$ 16 mil, para escolas menores com até 300 alunos, a R$ 28 mil, para unidades maiores, com mais de 500 alunos.
Os recursos repassados de três em três meses para as escolas municipais são destinados para pequenas reformas e manutenção, como melhorias em parquinhos para que nenhuma criança corra o risco de fraturar a perna enquanto brinca.
Uma medida muito bem-vinda e necessária, defendeu Cristiano Gaioto, idealizador do programa implantado por CNB.
“Não é solução, mas faz muita diferença”, avaliou, na sua defesa ao projeto antes da votação.
Gaioto só não contava com o discurso desabonador do orador seguinte, Tiago Costa, que chamou o PAFE de “esmola”, na cara dura.
“Com todo o respeito, esse projeto não passa de esmola da Educação para as escolas, perto do que as unidades de ensino precisam”, disparou. “Vou aprovar porque é o que tem para hoje” ponderou. “Porque essa esmola não dá pra fazer o que tem que ser feito. Essa esmola é uma vergonha para a nossa cidade”, cutucou. “Como não há plano de governo para melhorar as estruturas das nossas escolas, aumenta-se a esmola”, afirmou.
Cris Gaioto encolheu-se na sua cadeira, mas não deixava de responder a Tiago Costa a cada estocada do opositor, meio que murmurando.
Ao final da sessão ordinária, Gaioto disse ao O POPULAR: “melhor o PAFE do que nada”.
E ele tem razão.
Claro que não resolve, mas ameniza a situação caótica de muitas escolas municipais que não vê na Secretaria de Educação a salvação para seus problemas mais sérios – escola que alaga em dias de chuva, escola com brinquedos perversos etc etc.
Diante desse quadro, o PAFE é, sim, bem-vindo. O que não é bem-vindo é o discurso do quanto pior, melhor. “Uma esmola pelo amor de Deus, uma esmola, meu, por caridade…”
