COLAPSO – A crise financeira na Prefeitura vem afetando diretamente a Santa Casa de Misericórdia. Com o repasse municipal atrasado, o hospital se vê diante de uma gravíssima crise, inclusive, com o cancelamento de 60 cirurgias. Uma reunião na manhã de segunda-feira entre representantes da Santa Casa e da Administração Municipal serviu para a apresentação de uma proposta ao hospital, num primeiro momento, não aceita por sua direção. Estiveram presentes o secretário de Saúde, Jonas Alves Araújo Filho, o Joninhas, e a secretária de Finanças, Elisanita de Moraes, além da presença do prefeito Gustavo Stupp. Por falar em Stupp, ele teria saído antes do término da reunião. O temor que o hospital entre em colapso e possa até fechar suas portas é latente, e foi comentado pelo vereador Ary Augusto Reis de Macedo (SDD), médico gastroenterologista, com vasta experiência na área de saúde municipal, na sessão de segunda-feira.
NÃO ACEITOU – A primeira proposta apresentada pela Prefeitura não foi aceita pela direção da Santa Casa, e seria baseada no pagamento parcelado de outubro, novembro e dezembro apenas em janeiro. A outra propõe que o pagamento da segunda parcela de setembro ocorra em dezembro, o que ficou de ser analisado pelo corpo diretivo do hospital. Na reunião do Ministério Público na quinta-feira, entre representantes de entidades, o provedor da Santa Casa, Josué Loli, já havia tecido inúmeras reclamações contra a Prefeitura. “É uma atitude criminosa o que o prefeito está fazendo”, chegou a dizer, em referência ao atraso no repasse para as entidades.
AUDIÊNCIA – Por falar em entidades, o atraso no pagamento mensal por parte do Executivo resultou em ações na Câmara Municipal. Por unanimidade foi aprovada na segunda-feira a realização de uma audiência pública sobre a crise nas instituições, que acontece na tarde de hoje, às 15h, no plenário do Legislativo. Além dos vereadores, é aguardada a secretária de Finanças, Elisanita de Moraes, para explicar a situação, e até o prefeito Gustavo Stupp. Porém, sua presença não deverá se confirmar, já que até quando é convocado por escrito o mandatário não aparece. Fica difícil imaginar uma eventual ida até a Câmara nesta tarde.
AUDITORIA – Indignada com a atual Administração Municipal, a vereadora Maria Helena Scudeler de Barros (PSDB) quer investigar a fundo o orçamento da Prefeitura. Na segunda-feira, quando teve o uso da palavra na tribuna, disparou contra o governo municipal, afirmou que desde o início não houve ética e transparência, que funcionários fundamentais foram deixados de lado em secretarias, e que é hora de uma analise séria e detalhada sobre as contas municipais. “O mínimo que proponho aos vereadores é que façamos uma auditoria ferrenha nas contas da Prefeitura”, sugeriu. O discurso foi aplaudido pelo público que acompanhava a sessão.
GASPARZINHO – O vereador Osvaldo Quaglio não ficou surpreso com o atraso no repasse às entidades. Para ele, o exemplo é apenas mais um reflexo do momento da atual administração, e que as reclamações vêm desde o início do mandato. “Agora a coisa desandou, mas já temos recebido reclamações nos últimos anos”, comentou. Para ele, Mogi Mirim não possui obras, limpeza, reforma e o governo não tem capacidade para administrar a cidade. A dificuldade de encontrar e até ver o prefeito também foram motivos de alfinetadas. “É o cara que não aparece em reuniões, não consegue marcar para conversar e na rua é o Gasparzinho”, em alusão ao fantasma do filme.