EU PASSO – Falando em Câmara Municipal, a sessão de segunda-feira registrou a participação mais longa de um agente público no plenário em 2018, no caso o provedor da Santa Casa, Milton Bonatti. Atendendo convocação de Setoguchi, o provedor, ao lado do administrador hospitalar Clodoaldo dos Santos, respondeu aos questionamentos e explanou acerca da situação do hospital por quase três horas. Com o atraso no horário inicial da sessão, previsto para às 18h30 e com uma tribuna livre a ser realizada, o vereador Manoel Palomino (PPS) pediu ao presidente da Mesa Diretora para que os vereadores abdicassem das duas falas que têm direito, levando em conta o horário, já próximo das 22h, e ainda a leitura de indicações, requerimentos, moções e a ordem do dia por fazer. Foi a deixa para uma minirrevolta no plenário…
VAI TER VOLTA! – O pedido de Mané não agradou e sofreu resistência de parte dos vereadores. Colocado em votação, a proposta foi aprovada pela maioria dos edis. Os descontentes não deixaram a situação passar em branco. Luís Roberto Tavares, o Robertinho (PEN), tentou reverter a decisão, mas impossibilitado, não escondeu a cara de poucos amigos. Marcos Gaúcho (PSB) foi um dos edis que mais demostraram irritação. Sentado em uma das poltronas destinadas aos assessores parlamentares, disparou. “Isso não vai ficar assim, semana que vem (próxima segunda-feira, durante a sessão) vai ter volta, me aguarde”, prometeu, em tom de aborrecimento.
CLIMA RUIM – O fato é que, sejam convocações ou tribunas livres, o trabalho dos vereadores vem sendo prejudicado. Longas, demoradas, e muitas vezes cansativas, as participações têm causado seguidos pedidos para que os vereadores abdiquem de, ao menos, uma de suas falas, causando mal-estar dentro e fora do plenário. Na segunda-feira, a reportagem flagrou reclamações de munícipes que acompanhavam a sessão da plateia pela demora no debate de um só tema, no caso a Santa Casa. Nos corredores da Câmara, já existem claras críticas à falta de pulso de Setoguchi, visto como muito tranquilo e presidente que não segue ao pé da letra o que diz o Regimento Interno do Poder Legislativo.
ESQUECIDO – Em grupos de aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp e conversas em locais públicos, como praças, padarias, cafés e bares, não vem caindo bem a participação dos vereadores na luta contra a não insolvência do Mogi Mirim Esporte Clube, que atravessa a maior crise política, administrativa e financeira de sua história. A visão é de que a maioria dos edis vem dando de ombros para o futuro do clube. Na Câmara, com exceção de vez ou outra, o tema passa quase batido. Geraldo Bertanha, o Gebê (SD), Tiago Costa e Moacir Genuário, dupla do MDB, já levaram o problema até a tribuna. Na tribuna livre em que Ernani Gragnanello, representante de grupos políticos e torcedores, levou a situação ao conhecimento dos vereadores, no último dia 2, foi proposta a criação de uma comissão especial para análise do momento vivido pelo Mogi. Resta saber se surtirá algum efeito.
BOM DE UM LADO, RUIM DE OUTRO? – Responsável por um trabalho digno de aplausos da Cultura e Turismo de Mogi Mirim, resgatando uma área abandonada nos últimos quatro anos, durante a gestão de Gustavo Stupp (PDT), Marcos Antônio Dias dos Santos, o Marquinhos, responsável pela pasta, convive sob elogios de um lado e cornetadas de outro. Isso porque, no Esporte e Lazer, no qual também acumula a função de secretário, é visto com ressalvas por não propiciar à área um trabalho nos padrões da Cultura. As reclamações, que embora não sejam unanimidade, existem, são ouvidas dentro do mundo esportivo e político com frequência. Mesmo ciente da falta de dinheiro, a análise é de que Marquinhos poderia ser mais comprometido e dedicado ao setor.
UMA FERA – O vereador Orivaldo Magalhães, o Magalhães da Potencial (PSD), não estava para brincadeira. Em sua fala na sessão, além de questionar Milton Bonatti, se alongou e, sem esconder a ira, desabafou e soltou os cachorros contra a situação do hospital, seja no aspecto financeiro, hospitalar ou administrativo. Com direito a tapas na bancada, criticou as gestões anteriores a Milton, sugeriu a participação da sociedade civil na busca por soluções ao hospital e não poupou nas reclamações. Sobrou até para a Mesa Diretora. Ao segurar o microfone e notar que o aparelho estava com problemas técnicos, antes de iniciar sua fala, cutucou. “Espera quebrar para depois comprar (outro)”, cornetou, com a expressão mais do que fechada.
MUNDO DE FOFOCAS – Em sua participação na tribuna livre da Câmara Municipal, o provedor da Santa Casa Milton Bonatti revelou que vem sendo alvo de fofocas pela cidade, sobretudo pelo posto ocupado no hospital. Milton disse que comentários em torno de seu nome são comuns, parte deles maldosos e de conteúdo duvidoso. Segundo ele, já chegou aos ouvidos de sua esposa que ele teria uma amante ou se usaria um rancho de sua propriedade como ponto de prostituição. “Outros perguntam se uso (a Santa Casa) como trampolim político visando a Prefeitura. Minha única intenção é salvar o hospital”, desabafou.
COMPLICADO – Ao comentar na reunião de quarta-feira, no plenário da Câmara Municipal sobre a crise financeira da Prefeitura, o secretário de Finanças, Roberto de Oliveira, mostrou ceticismo com os compromissos financeiros para o segundo semestre. O secretário afirmou que nos últimos seis meses do ano, além de recursos adquiridos no primeiro semestre e não válidos para o segundo, como IPTU e IPVA, o Poder Público vê suas despesas aumentarem não só em relação aos salários de dezembro e o 13º, como também na renovação de contratos com fornecedores, que expiram entre maio e junho. “Ser secretário de Finanças no primeiro semestre é uma maravilha”, brincou.