ABATIMENTO – No encontro realizado na Câmara Municipal entre vereadores e o alto escalão da Prefeitura, no último 18 de abril, a aparência do prefeito Carlos Nelson Bueno não passou despercebida e transpareceu o nível de preocupação do prefeito com a atual situação administrativa e financeira da cidade. Quieto na maior parte do tempo, antes de declarar não saber se termina o mandato, mantinha expressão fechada e abatida. Como de costume, conversou com vereadores, da base aliada e oposicionista, mas sentado em uma das cadeiras do plenário, assistiu às explicações de seus secretários como mero espectador.
CLIMA DIFÍCIL – Logo depois da reunião, ainda na sede do Poder Legislativo, Carlos Nelson, em contato com as reportagens de O POPULAR e A Comarca, afirmou que o ruim relacionamento dentro da Prefeitura, com dificuldade de diálogo entre parte dos funcionários e secretários, o incomoda nesta sua terceira gestão como prefeito. Em relação à saúde, somente neste ano, o prefeito passou por um procedimento cirúrgico no fêmur e outro para reparar um problema de catarata, mas sem relação com o fato de poder deixar o cargo. Para alguns, considerado como pura jogada política.
AUSENTE – Na quinta-feira, durante a solenidade de inauguração do Posto Sebrae Aqui, na verdade, apenas uma mudança de nome do posto do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, que já funciona na sede da Associação Comercial e Industrial de Mogi Mirim (Acimm), o prefeito não esteve presente, sendo representado pela vice-prefeita Lúcia Tenório e o secretário de Governo, Danilo Zinetti.
CADÊ AS INDÚSTRIAS? – O vereador Tiago Costa (MDB) não perdeu a oportunidade de “metralhar” o prefeito nas redes sociais. Em sua conta no Facebook, parabenizou todos os trabalhadores mogimirianos, e atacou Carlos Nelson. O edil relembrou o abandono do município na gestão de Gustavo Stupp (PDT) e lamentou a falta de investimentos e criação de empregos. “Somados os dez anos de governo Carlos Nelson, não se ouviu falar em política pública para atrair indústrias, perderam a credibilidade (a Prefeitura), não atraíram nada de indústrias, empresas, e a criação de empregos foi pífia”, atacou.
DE OLHO NO FUTURO? – Ligado ao MDB e tendo como um de seus padrinhos na política o empresário Ricardo Brandão, prefeito de Mogi Mirim na década de 80 e candidato derrotado por Carlos Nelson nas eleições de outubro de 2016, Tiago é um dos principais críticos da atual gestão. Nos bastidores da política local, comenta-se a possível intenção de o atual vereador se tornar candidato a prefeito nas eleições de 2020, embora ele nunca tenha afirmado essa possibilidade de forma clara. Em boa parte de seus discursos até aqui como vereador e conversas informais, ele sempre ressaltou estar com a cabeça voltada para a solução dos problemas e proposta de melhorias para a cidade. Porém, não seria surpresa uma possível candidatura.
ESQUECIDO – Em grupos de aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp e conversas em locais públicos, como praças, padarias, cafés e bares, não vem caindo bem a participação dos vereadores na luta contra a não insolvência do Mogi Mirim Esporte Clube, que atravessa a maior crise política, administrativa e financeira de sua história. A visão é de que a maioria dos edis vem dando de ombros para o futuro do clube. Na Câmara, com exceção de vez ou outra, o tema passa quase batido. Geraldo Bertanha, o Gebê (SD), Tiago Costa e Moacir Genuário, dupla do MDB, já expuseram o problema. Na Tribuna Livre em que Ernani Gragnanello, representante de grupos políticos e torcedores, levou a situação ao conhecimento dos vereadores, no dia 2 de abril, foi proposta a criação de uma comissão especial para análise do momento vivido pelo Mogi. Resta saber se surtirá algum efeito.
SÓ DEPOIS – A Prefeitura informou que a vacina contra a gripe, disponibilizada no município desde o dia 23 de abril, só será estendida ao restante da população após 90% dos grupos prioritários estarem imunizados. O Poder Público alega que segue a recomendação do Ministério da Saúde que determina a prioridade para os grupos especificados como público-alvo, formado por idosos a partir de 60 anos, crianças de 6 meses a menores de 5 anos, trabalhadores da saúde, professores das redes pública e privada, povos indígenas, gestantes e puérperas, no caso, até 45 dias após o parto.
EMPACOU? – Já existe dentro da Câmara Municipal a impressão de que a saída da atual sede administrativa do Poder Legislativo, o Palácio de Cristal, ao lado da Matriz de São José, não se consumará em 2018. Responsável por um aluguel de quase R$ 27 mil, o Palácio é mal visto tanto pelos próprios edis como pela população. O argumento é pelo fato de Jorge Setoguchi (PSD), presidente da Mesa Diretora e quem tem o poder de sacramentar a saída, desde que as tratativas com o locatário do imóvel sejam satisfatórias, não estaria disposto a assumir tal decisão e deixaria a responsabilidade para o próximo presidente, que assumirá em janeiro de 2019. Em entrevista ao O POPULAR no final de abril, o vereador admitiu a pressão pela saída. O fato é que o restante dos vereadores também pouco vem fazendo para a saída do Palácio.