quarta-feira, setembro 18, 2024

DA FONTE

DESRESPEITOSO – No mínimo desrespeitosa a atitude do vereador Cinoê Duzo, no sábado, na audiência pública sobre a construção de um hospital municipal. O edil chegou ao plenário com uma hora de atraso e, ao adentrar no local, levantou um cartaz com os dizeres “Hospital Municipal Não”. O colega Jorge Setoguchi fazia o uso da palavra na tribuna e teve que parar de falar, por conta da manifestação da plateia. Ao ser chamado a atenção, de forma até irônica, Cinoê se desculpou, mas foi cumprimentar, um a um, quem estava dentro do plenário, chamando a atenção de todo o público. Não bastasse isso, o vereador usou a tribuna criticando a proposta e, logo depois, foi embora, o que gerou reclamações de várias pessoas quanto à sua postura.

MANIFESTAÇÕES – Conforme esperado, a audiência pública, que deveria ser mais técnica, com respostas às perguntas dos vereadores, foi contaminada pelos discursos políticos. Em alguns momentos, pareceu uma sessão de Câmara em um dia atípico. Em alguns momentos, o anfitrião, Gebê, teve que se manifestar pedindo que as perguntas fossem feitas, respondidas e até chamar a atenção de alguns. Com a audiência chegando ao final, por volta das 11h, Carlos Nelson se levantou de onde estava e foi até o vereador para pedir que intervisse em alguns momentos em que oposicionistas discursavam, fugindo até mesmo do tema proposto. “Se você permitir isso, vou me retirar”, disse o prefeito, o que acabou não acontecendo.

EXCESSO – Maria Helena Scudeler de Barros teve também alguns momentos de descontrole no sábado. Se mostrou contrária a muitas das coisas que membros da administração falavam e chegou a bater com suas mãos em sua mesa, enquanto algumas pessoas falavam. Cristiano Gaioto foi um deles, que se virou à colega e pediu respeito enquanto falava, já que ele não havia a interrompido em seu discurso. A vereadora é contra um hospital municipal, pois entende que o Estado deve gerir um órgão não só para Mogi Mirim, mas para toda a região. “Hospital Municipal é a coisa mais retrógrada que existe”, disse.

RESPEITOSA – Luis Roberto Tavares, o Robertinho, elogiou a iniciativa da audiência pública e disse que aquela era a primeira audiência com a presença de todos os vereadores. Discursou, mas disse que não estava convencido para aprovar o projeto. Carlos Nelson elogiou a posição do vereador, dizendo que ele fazia uma oposição respeitosa, diferente de outros. “Perdoo aquilo que ouvi e que eu não precisava. Rezo pelas pessoas que estão politizando esta situação”, comentou.

SANTA CASA – Carlos Nelson se negou a responder uma pergunta sobre o futuro da Santa Casa. Uma pergunta foi feita pelo vereador André Mazon, após seu discurso. “Eles foram muito claros em dizer que a Santa Casa vai acabar, pois esse hospital não vai complementar com novas especialidades, mas, sim, substituir os serviços”, disse o vereador, ressaltando que Carlos Nelson é um excelente gestor e que isso é inegável, mas que “essa desculpa não cola”. O prefeito disse que o assunto era inoportuno naquele momento e ressaltou que não há atraso de pagamentos no período da intervenção e que, “enquanto eu for prefeito, não haverá”. “Se quiserem marcar uma audiência para esse assunto, serei o primeiro a estar aqui, se eu for convidado”, avisou.

FALANDO NISSO… – O POPULAR, em seu editorial passado, fez elogios à proposta de uma audiência pública para o assunto hospital municipal e defendeu a realização de discussões que envolvam o futuro da Santa Casa. Até o momento, ninguém se propôs a debatê-lo em alto nível. Por outro lado, o que não faltam são vereadores levantando a bandeira de que a Santa Casa é do povo em seus discursos. Assim, seria bom que atitudes quanto a isso fossem tomadas, até para evitar a desinformação. Da mesma forma, é fundamental que a Irmandade passe a ter mais transparência em suas ações. Falar com a população e responder aos questionamentos seria um bom começo para que a entidade saia dessa crise.

ENFIM, EM CASA – Antes da sessão de segunda-feira, os vereadores fizeram o descerramento da placa de reinauguração da Câmara, com a reforma e criação dos novos gabinetes dos integrantes do Legislativo. Uma cena curiosa foi a presença do suplente Zé Roberto, que teria sido chamado para substituir Sonia Módena, que faltou na sessão. Ele posou para as fotos e ficou ao lado dos vereadores na hora do descerramento da placa. Esperou por um tempo, mas foi embora ao perceber que não seria chamado para assumir a cadeira. Quem esteve por lá também, foi o alto escalão do governo municipal: Carlos Nelson, Flávia Rossi, Guto Urbini, Edson Pessiqueli e Oliveira Pereira, que ficaram pouco antes do início dos trabalhos legislativos.

APOIO, MAS… – O vereador Tiago Costa disse que é favorável a um hospital, desde que não seja construído com o dinheiro dos munícipes. Ele se disse favorável a uma Parceria Público-Privada (PPP) ou um hospital regional. “Se for assim, teria todo meu apoio”, confirmou. Em seu discurso, na sessão de segunda-feira, o vereador disse que levou para o líder de governo, Orivaldo Magalhães, algumas propostas para que ele encaminhasse ao prefeito.

SUMIDOS – A audiência pública trouxe de volta alguns rostos conhecidos no meio político. Estiveram lá os candidatos a prefeito nas últimas eleições, Elias Ajub e Ernani Gragnanelo; os ex-vereadores, Márcia Róttoli e Luiz Guarnieri; o ex-prefeito, Paulo Silva; e Jonas Alves de Araújo, ex-vereador e ex-secretário de Saúde na gestão de Gustavo Stupp.

EMPRÉSTIMOS – O vereador Magalhães ressaltou as qualidades de Milton Bonatti, atual provedor da Santa Casa, dizendo que ele é um ótimo profissional e tem boa conduta, mas fez o contrário com os antecessores. “Os outros dois, que o antecederam, é que são responsáveis por essa situação”, opinou. Para o vereador é “impossível a Santa Casa sobreviver”, pois paga altos valores de juros. “No final da intervenção, deverá R$ 60 milhões. Quais métodos o hospital tem para pagar?”, questionou. O colega André Mazon lembrou que hoje a entidade paga pouco mais de R$ 500 mil por mês, que são provenientes de quatro empréstimos retidos na fonte, mas que a metade deixará de ser cobrada, pois as últimas parcelas de alguns desses já estão sendo pagas neste mês.

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