domingo, abril 20, 2025

DA FONTE

ELEFANTE BRANCO – O vereador Samuel Cavalcante fez uma transmissão ao vivo na quarta-feira, em seu Facebook, jogando diversas ideias ao prefeito Carlos Nelson Bueno. Disse que estava tentando marcar uma reunião com ele para o dia seguinte para dar a ideia de desapropriar a área da Ambev, na área central da cidade. O vereador diz que aquele grande prédio está obsoleto e cheio de problemas. “O prédio precisa gerar empregos, riquezas, recursos. Lá não tem nada, não gera nada, é inoperante, inexpressiva a atividade daquela empresa que tem um alqueire no centro da cidade”, opinou. Para ele, aquilo seria um “elefante branco”.

COISINHAS – “Tem umas coisinhas que eles atuam, que eles trabalham, mas é insignificante pelo espaço que eles ocupam”, julgou Samuel. Foram inúmeras as ideias para aquele local particular, dentre elas, criar um novo Centro Cultural, com um teatro novo; fazer um terminal de ônibus ou transferir a Prefeitura toda para lá. Para o edil, é preciso “criar uma ‘comitiva’ de pessoas que vá até a empresa e tente fazer uma negociação” e “sugerir uma permuta” para transferir a empresa para uma área mais distante, próximo a uma rodovia. Em mais de sete minutos de transmissão, ele diz que Mogi Mirim precisa crescer, precisa de algo sólido e que não dá pra pensar pequeno. “A pegada tem que ser outra, ter um choque de gestão”, opina. Ele diz que é favorável a um hospital municipal e que as pessoas não podem pensar que isso é para Carlos Nelson se reeleger. “O Carlos Nelson está no final da carreira dele, talvez nem consiga uma reeleição, com todo respeito pela idade”, comentou.

NÃO AGRADOU – A vinda do diretor Benedito Westin, da DRS de São João da Boa Vista, da qual Mogi Mirim faz parte, não agradou parte da bancada dos vereadores de oposição ao governo. “Ele falou, falou, mas deixou pra gente decidir”, disse Tiago Costa, sobre a construção de um hospital municipal, mostrando certa insatisfação pelo fato de Westin não ter se posicionado. Maria Helena Scudeler de Barros disse que ele teve dificuldade de se posicionar sobre o assunto. A vereadora, que defende um hospital regional, não gostou de ouvir que um equipamento do Estado não se justificaria, com base em dados técnicos. “Induzir a população a buscar um hospital estadual talvez cause preocupação a ele”, apontou.

AGRADOU SIM – Por outro lado, o anfitrião Gerson Rossi classificou o encontro como proveitoso. “É lógico que ele não colocaria como devemos votar. Ele nos trouxe informações sobre a realidade que temos”, rebateu. Para ele, este é o momento de ouvir a Santa Casa e saber quais são as intenções da entidade. “Santa Casa e Prefeitura terão que negociar. Tem que deixar o ego e a birra de lado e discutir”, disse, sobre novos convênios, até que um novo hospital ou outra alternativa surja.

POLITIZADO – A oposição ao governo também tentou levar a discussão para o próprio lado. Perguntas, seguidas de discursos políticos, fizeram parte da reunião, com a tentativa de um certo direcionamento das respostas do diretor, que por várias vezes se esquivou. Foi perguntado se o prefeito Carlos Nelson já o teria procurado para falar de hospital municipal. Benedito disse que, especificamente sobre o assunto, não, mas integrantes da Administração já se reuniram para falar sobre a situação da Santa Casa. Isso foi um prato cheio para as críticas ao mandatário. Por outro lado, o diretor confessou que a ideia de CNB é antiga. “Desde o primeiro mandato, o prefeito vinha com a discussão sobre um hospital municipal. Naquela época, há 16 anos, eu disse que não era necessário”, comentou Benedito, ressaltando que aquela opinião era no passado.
ROUND 1 – Maria Helena foi a vereadora que mais fez questionamentos e tomou a palavra, interrompendo, por algumas vezes, a explanação do diretor Benedito e da secretária de Negócios Jurídicos, Adriana Tavares de Oliveira Penha. Em algumas oportunidades, até provavelmente sem nem perceber o desmerecimento a servidores municipais, criticou as ações do prefeito. “Pegaram uma referência do Hospital 22 de Outubro e trouxeram pra gente como de um novo hospital”, disse, em tom de deboche. Adriana tomou a palavra e disse que a referência não se tratava de uma cópia, mas sim, de um trabalho feito pelos técnicos da Secretaria de Planejamento.

ROUND 2 – Em outros momentos, a mesma vereadora criticou as glosas que eram feitas pela Prefeitura, antes da intervenção, dando a entender que o mesmo rigor e os descontos não estariam sendo feitos agora, com a Prefeitura como interventora. Maria Helena chamou a atenção sobre os descontos, dizendo que médicos que estavam ali trabalhando, poderiam prestar esclarecimentos e evitar o não pagamento. A secretária da Prefeitura rebateu dizendo que esse processo sempre foi acompanhado pelo administrador da Santa Casa e de mais um membro. “Precisa ver se essas glosas estavam dentro da legalidade do convênio, mas isso é fácil: é só vocês nomearem um vereador para verificar essa questão”, sugeriu.

ROUND 3 – As críticas continuaram. Maria Helena disse que as informações que ela tinha era que as cirurgias não estavam sendo feitas e que a Prefeitura está colocando mais dinheiro agora, durante a intervenção, pois o valor que pagava a Santa Casa não era suficiente. “A Santa Casa estava tão devastada que, em dois dias, resolveram tudo, colocando ventilador, ar-condicionado…”, disse Maria Helena, colocando em xeque a versão da Prefeitura. Dessa vez, uma das técnicas da Secretaria de Saúde, que acompanhava a reunião, respondeu, dizendo que a situação era realmente complicada. “Eu que comprei carne, com o meu dinheiro. Fui ao mercado e comprei. Os pacientes passavam muito mal”, revelou, completando que as cirurgias de urgência estão sendo feitas e que, antes da intervenção, não havia controle de medicamentos como antibióticos. Adriana completou que o ar-condicionado que foi consertado é fundamental em uma sala cirúrgica.

JULGOU – A vereadora se dirigiu para Benedito Westin e questionou se não era importante a secretária de Saúde, Flávia Rossi, estar lá. “Ela está representada pelas técnicas da secretaria”, respondeu. Ao final da reunião, Maria Helena fez sua conclusão: “Então está tudo errado, não é?”, colocou. “O que ele (Carlos Nelson) está pensando? Ele já esteve como prefeito por três mandatos. Nós conhecemos e sabemos que ele pensa em política 24 horas por dia”. Benedito indicou que o projeto de construção de um hospital não fosse “rasgado”, mas, sim, discutido melhor.

PEGOU MAL – Na segunda-feira, a tribuna foi utilizada por uma moradora do Parque das Laranjeiras, criticando a situação do bairro e o serviço feito pela Prefeitura, ao jogar somente terra nas ruas. “Um ônibus tombou com 40, 50 crianças dentro. Elas tiveram que sair e ficaram todas sujas de barro. É uma situação revoltante”, disse Lucinei Ferreira da Rocha, do projeto Maguila. “Vamos esperar alguma tragédia?”, questionou, cobrando soluções do Poder Público. O vereador Moacir Genuário tomou a palavra e pediu mais calma dos moradores. “Vocês não estão por dentro do que está acontecendo”, disse, se referindo às obras anunciadas pela Prefeitura na semana passada, que irão contemplar o bairro. A fala gerou revolta na plateia, composta por alguns moradores do bairro. O vereador continuou, dizendo que era “inoportuna a presença de vocês aqui hoje” e que os moradores teriam que ser coerentes.

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments