AQUI NÃO – Uma das vozes mais fortes do MDB de Mogi Mirim hoje é a do vereador Moacir Genuário. O que não significa dizer que é ele quem manda e desmanda no partido. Durante a sessão ordinária desta segunda-feira, 16, deixou claro que todas as decisões da legenda são tomadas pela executiva municipal, pelo grupo; não por um ou outro nome. “Quem quis mandar no partido praticamente foi expulso. No MDB isso não vai acontecer. Não será permitido”, disparou Genuário, sem citar nomes. Vale lembrar que a sigla perdeu recentemente o ex-prefeito Ricardo Brandão, talvez o principal nome das fileiras emedebista e pré-candidato a prefeito em 2020 agora pelo Podemos. “O MDB não tem dono. Aqui não.”
PROTESTO – Maria Helena fez um questionamento importante na última sessão legislativa, sobre a cobrança da tarifa dos esgotos. Com o funcionamento da usina fotovoltaica da Sesamm (Serviço de Saneamento de Mogi Mirim) é óbvio que as despesas com energia elétrica da terceirizada vão cair consideravelmente. E essa redução de gastos poderia muito bem ser repassada aos consumidores, refletindo na redução da tarifa de esgotos. Mas não. Isso não vai acontecer. Simplesmente porque o reflexo de tal investimento da Sesamm para o consumidor não está previsto no contrato de concessão feito com a Prefeitura. Isto é, diminui-se o gasto sem redução da tarifa, aumenta-se o lucro da empresa. “Fica aqui o meu protesto.”
COLISEU – Sim, Mogi Mirim tem o seu. Pelo menos, na visão de Cinoê Duzo. E ele fica à Avenida Santo Antônio, ao lado do Centro Cultural. Isso mesmo. O vereador está tratando o antigo prédio do Centro de Saúde, como aquele famoso anfiteatro no centro de Roma, na Itália. Em tom de ironia, claro. Tom esse para criticar o projeto da Prefeitura de se construir uma praça no local. “A cidade não precisa de uma nova praça, mas sim de mais saúde”, avalia. Para o vereador da oposição, o local comportaria, sim, muito bem, um novo Centro de Saúde. “Primeiro porque desafogaria a UPA e atenderia uma grande parcela da população. Em vez disso, querem fazer uma praça. Mas aquilo parece mais um Coliseu abandonado”, disparou Duzo.
ENIGMÁTICO – Ao final de sua fala, pela fase da Palavra Pessoal, Cinoê deixou no ar uma frase, aparentemente, enigmática: “Quero uma Mogi Mirim melhor para 2020. Aguarde que eu estou chegando”. Chegando? Onde? Em 2016, logo após ter sido reeleito pela segunda vez seguida como o vereador mais votado da cidade (1.275 votos), afirmou ao extinto semanário “O Impacto” que trabalharia para disputar o Executivo em 2020. O caminho está aberto. O então principal nome de seu partido, o PSB, do ex-prefeito Paulo Silva, foi para o PDT. Cinoê é hoje uma das principais estrelas do PSB atual, ao lado da colega Maria Helena. Resta saber, primeiro, se terá mesmo fôlego para uma disputa majoritária e, segundo, se terá aprovação dentro da própria legenda.
SINÉDRIO – Nos dias atuais tudo que se faz se posta nas redes sociais. Indiscriminadamente. Na política não é diferente. Os vereadores fazem postagens corriqueiramente de suas ações. Às vezes, o tiro sai pela culatra. Não por culpa deles. Mais pela intolerância e ignorância dos consumidores de redes sociais. André Mazon, por exemplo, foi uma vítima da brutalidade dos novos tempos. Ao apurar acusação de mal atendimento por uma médica da UPA e ouvir o que a acusada tinha a dizer, foi esculhambado virtualmente. “Vejo as redes sociais hoje como Sinédrio (assembleia de julgadores), onde o povo, como os fariseus no julgamento de Jesus, destila ódio sem saber por quê. Foi por esse tipo de comportamento que Caifás libertou Barrabás e condenou Jesus Cristo. Vamos tomar cuidado”, comparou.
QUEM É O PAI? – Vai chegando perto das eleições e os deputados federais e estaduais vão agraciando suas bases com verbas parlamentares para isso e para aquilo, a fim de fortalecer seus apoiadores. É nessa época que surgem “pai” dessa obra, “pai” daquela outra. “Pai” disso, “pai” daquilo. Tiago Costa, que é da oposição, fez um alerta na Tribuna da Câmara esta semana. “Em época de eleição tem muita gente suja, usando de Fake News para enganar a população”, advertiu, informando que esteve em Brasília semana passada, mas que só vai revelar a conquista quando estiver concretizada. O vereador Gebê, que comunga da mesma opinião, subiu à Tribuna para divulgar a conquista “dele” para a cidade, de uma patrulha agrícola.
PAGAMENTO MORAL – Projeto do vereador Tiago Costa, aprovado esta semana, institui o pagamento moral voluntário de dívidas de agentes polítcos, tanto do Executivo quanto do Legislativo.“Porque não é admissível alguém em cargo de comissão, por exemplo, em débito com a Prefeitura, receber salário da Prefeitura sem procurá-la para negociar a dívida”, observa. “O princípio da moralidade precisa ser aplicado em Mogi Mirim”, acrescenta. Para o projeto aprovado começar a vigorar, a valer de fato, é preciso a sanção do prefeito Carlos Nelson Bueno (PSDB), que tem a opção de vetá-lo.
