sábado, novembro 23, 2024

DA FONTE

CONTRA-ATAQUE – Só quase um mês depois de ter sido citado no esquema de “rachadinha”, na própria Câmara pela vereadora Maria Helena Scudeler de Barros, é que o vereador Samuel Cavalcante, alvo da acusação, resolveu falar publicamente em tribuna. Na última sessão ordinária do ano. Mas nem foi tanto para se defender, o que era esperado. No melhor estilo contra-atacando, leu o currículo do autor da denúncia contra ele, Emanuel Lucena da Silva, afirmando ser tudo falsificado. “O que temos aqui? Uma denúncia de um bandido, que vive de favor num quartinho no fundo do Jardim Brasília”, disparou, desqualificando o denunciante. Também sobrou para a imprensa. “Venho sofrendo uma enxurrada de denúncias me acusando do que não fiz, inclusive na capa. Normal. É época de eleição”, disse. Normal, os jornais só reportam aquilo que acontece e em evidência, para o bem e para o mal. Doa a quem doer.

PERDEU A CHANCE – Se o objetivo não era mesmo usar seu precioso tempo na tribuna da Casa do Povo para defender-se de uma acusação séria e tão grave, Samuel Cavalcante poderia ter ficado quietinho na sua cadeira, como sempre faz. Primeiro: a tentativa de desqualificar a denúncia, através de ataques aos denunciantes, é tática velha. Foi usada na Lava Jato. Não cola. Independente de quem seja o denunciante, pessoa idônea ou bandida, o que está em jogo é o fato em si, no caso a acusação contra o “nobre” edil de apropriar-se de parte do salário de seu ex-assessor parlamentar. Portanto, perdeu a chance de ficar calado. Segundo: jornais raramente fazem denúncias, apenas a reportam, dão visibilidade, publicidade aos fatos. Jornais não estão imunes a erros. Quando acontece, faz-se a mea-culpa.

BOCA DE URNA – Sobrou até para a vereadora Maria Helena, que foi a primeira a levar o caso do colega à tribuna da Câmara. Em seu discurso revoltoso, Samuel disse se sentir desconfortável com toda essa situação. “A senhora vereadora Maria Helena Scudeler de Barros sabe bem o que estou passando. Afinal foi acusada, no dia da eleição, de compra de votos, de fazer boca de urna na porta de escola, podia ter perdido o mandato. É desconfortável. Eu sei como é senhora Maria Helena, ex-líder do prefeito”, cutucou, em tom sarcástico. Maria Helena, hoje na oposição, só balançou a cabeça, como que concordando só para não contrariar.

ENQUETE – Dizem que a voz do povo é a voz de Deus. Será? Na enquete deste O POPULAR da edição do dia 29 de novembro, perguntamos aos internautas se achavam que Samuel Cavalcante deveria perder o mandato de vereador por suposta prática de “rachadinha”. E o resultado, divulgado na edição do dia 6, foi acachapante, até para a surpresa do próprio jornal – 98 a 2 para o “SIM”. Não deixa de ser uma pressão pra cima dos vereadores membros do Conselho de Ética, embora seja uma opinião apenas do senso comum. Ao contrário, espera-se do Conselho de Ética da Câmara uma apuração séria do caso, baseada em fatos, em provas apresentadas por ambos os lados, e não no histórico de um ou de outro. Lula não era “santo”, não é? Pois é. Muito menos seus delatores! Em todo o caso, cabe ao plenário da Câmara julgar o relatório final sobre o caso.

INGRATIDÃO – Existe uma máxima em política de que não se deve ser ingrato a quem te ajuda ou um dia te ajudou. Foi o que fez o prefeito Carlos Nelson Bueno em relação a Silvio Torres, ex-deputado federal, segundo a socialista Maria Helena Scudeler de Barros. CNB e Torres são do PSDB. A ingratidão, no caso, lembrada pela ex-aliada do prefeito, aconteceu durante a assinatura do contrato de mais de R$ 400 mil para a reforma do NIAS, complexo esportivo da Zona Leste. É que cerca de R$ 250 mil do total a ser investido é resultado de uma emenda parlamentar de Silvio Torres, a pedido da vereadora. “E o ex-deputado nem citado foi. Quanta ingratidão”, disparou. Será que é porque ele não é mais deputado? No release encaminhado pela Prefeitura à imprensa não consta mesmo a participação do Silvio Torres nas melhorias do NIAS.

PRODUTIVIDADE – A Câmara Municipal entra em recesso no domingo, 15, retornando em fevereiro de 2020. Portanto, não haverá mais sessões odinárias este ano. A última sessão legislativa, na segunda-feira, 9, foram votadas 12 proposituras. Mas nenhum nome de rua ou concessão de título de cidadão. De uma forma geral, o vereador Magalhães, líder do prefeito no Parlamento, disse que essa legislatura entrará para a história como a que mais trabalhou pelos mogimirianos. Segundo ele, em três anos, os 17 vereadores trabalharam em cima de 3.797 indicações, 1.753 requerimentos, 61 projetos de decretos legislativos, 152 projetos de lei, nove projetos de leis complementares e nove projetos de resolução. Ufa! Quanto trabalho. Deve ser por isso que a cidade está essa maravilha toda.

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